Obrigada, Joe

Por: Andreia Chiavini

08/04/2018 - 15:04 - Atualizada em: 14/05/2018 - 15:37

Assim que me formei, me especializei em RPG e desenvolvi um olhar tão acurado que não podia ver uma postura errada que já queria corrigir.

Minha visão era de estabilização e limitada nos livros que lia de reeducação postural, pois me diziam o que eu podia ou não fazer. Com um ano de formada, fui fazer Pilates porque sentia dores na coluna.

Fui contra minha vontade e julgando a técnica. Vivenciei no meu corpo o que o movimento poderia me proporcionar, sensações muito boas, mas também muito estranhas.

Quando comecei a praticar o método, não me explicavam muito sobre o movimento que eu estava fazendo, apenas me davam a ordem específica e eu obedecia. Me apaixonei pela técnica, era bom para meu corpo e queria saber mais sobre Pilates e me especializar no método.

Conheci a filosofia do criador Joseph Pilates que, nos anos 30, já acreditava que o movimento deve  começar desde a infância. Uma de suas frases mais famosas e atual possível, diz que “primeiro eduque a criança” e complemento, para depois adulto continuar a se movimentar sem amarras. Joe era um entusiasta e com um conhecimento incrível sobre o corpo humano para a época. Acreditava na cura pelo movimento, que para se ter saúde é necessário mover-se.

Tirava o medo da cabeça das pessoas, ensinava a ter consciência sobre seus movimentos e autossuficiência para se moverem a fim de terem uma vida feliz e livre de lesões. Sentia no próprio corpo a evolução e a superação de cada movimento, era um exemplo a ser seguido.

Batizou a técnica de Contrologia e a definiu como “Uma completa coordenação entre a mente, o corpo e o espírito” e, de acordo com os estudos atuais, esta conexão é a base para tudo. O seu maior objetivo era apenas que a humanidade se movimentasse e deixou legado para disseminar seus conhecimentos.

Já se passaram mais de 12 anos desde a minha primeira experiência com o Pilates e continuo estudando e aprendendo a filosofia da musculatura equilibrada e controle muscular sem tensão. O olhar minucioso continua aqui comigo, guiando o movimento na medida certa, mas sem amarras e receitas milagrosas como Joseph ensinou.

Um gênio criador que deixou sua obra para continuarmos divulgando com sabedoria sua essência, sem modismos, sem medo e exageros. Obrigada, Joe, por proporcionar a mim uma mente aberta e conectada.