Pelo Estado entrevista Amin: “Vou desenvolver a inteligência de SC para a gestão pública por resultados”

Por: Pelo Estado

26/08/2022 - 05:08 - Atualizada em: 26/08/2022 - 10:06

Filho de pai libanês e mãe italiana, Esperidião Amin é o mais precoce, performático e longevo político catarinense. Escolarizado pelos jesuítas, fez Ensino Médio em São Paulo. De volta a Florianópolis, formou-se em Administração pela Esag/Udesc aos 22 anos, quando começou a trabalhar na Secretaria Estadual de Educação e Cultura. Um ano depois formou-se em Direito pela Ufsc. Aos 27 anos, tornou-se prefeito da Capital, aos 30 foi eleito deputado federal e aos 34 governador, na primeira eleição da redemocratização.

Na enchente de 1983, que afetou 80% do Estado, Amin deixou o gabinete e liderou as ações de resgate e solidariedade no Vale do Itajaí. Angela Amin, então grávida de sete meses, o acompanhou. Voltou a ser prefeito de Florianópolis ao vencer, em 1989, as primeiras eleições pós-regime militar. Exerceu mandato de senador entre 1991 e 1998, voltou a ser governador entre 1999 e 2002. Perdeu duas eleições nos anos 2000, elegeu-se duas vezes deputado federal em 2010 e 2014 e mais uma vez senador em 2018. Anda emocionado com estas que, se tudo der certo, pretende sejam as últimas eleições da sua vida.

Confira a entrevista:

Como vai ajudar a diminuir o custo das famílias catarinenses?

Podemos começar pela prestação de serviços com apuração de resultados, chamo de indicadores, mas o povo quer saber de resultados. Coloco dinheiro na saúde, qual o resultado? Diminuiu a fila de cirurgias eletivas? As crianças estão sendo atendidas? Investimento em resultado para diminuir o custo e o sofrimento, especialmente, dos mais fracos. O custo das famílias catarinenses é o custo Santa Catarina. Temos que reduzir desde a logística, até a educação, saúde, artigos para educação, remédios e acesso à saúde.

Como classifica o atual momento brasileiro, quais os maiores desafios?

O maior desafio hoje é a polarização e a radicalização. Está faltando nesse momento entender que somos do mesmo país, somos irmãos. O país tem de ir bem para que tenhamos a nossa porção desse bem. Uns mais, outros menos. A igualdade é um ideal, não é fácil de ser conquistada, mas deve ser um objetivo para que haja paz e para que possamos cumprir o evangelho, nos suportando uns aos outros. Nos dois sentidos da palavra: aturai-vos e apoiai-vos.

Como percebe a situação global, com recessão mundial e crise climática? Qual agenda faz sentido numa situação dessas?

Vamos começar pela Guerra da Crimeia: é um abuso contra o ser humano. Não interessa quem está certo ou errado, é uma grande sacanagem contra a humanidade. Pior é ver o presidente dos Estados Unidos oferecer US$ 42 bilhões para prosseguir a guerra. E alguém achar que isso merece o Prêmio Nobel da Paz. Imagine esse valor para, por exemplo, suportar os mais de 100 milhões de refugiados que temos aqui no Brasil. A festa que seria, a Páscoa, o Natal que teríamos! A recessão mundial é uma consequência do desequilíbrio mundial que a Guerra da Crimeia, essa invenção, apressou. A crise climática é uma decorrência dessa insanidade. É isso que está acontecendo, é a marcha da insensatez.

Qual será sua prioridade e estilo de gestão se eleito?

Primeiro, educação, a começar pela recuperação do tempo de convivência que as crianças perderam com a pandemia, chegando à qualificação do jovem que não vai ficar na escola se ela não o ajudar a ter resultados práticos. Temos de começar no primeiro dia porque quatro anos é pouco para se mudar a curva da educação. Vou desenvolver a inteligência de Santa Catarina para a gestão pública por indicadores, leia-se resultados mensuráveis. Não adianta dizer que minha escola é boa se o Ideb é baixo e o aluno não sabe o que fazer depois que sai de lá. O sucesso de SC está condicionado ao sucesso da educação.

Como ou com quem vai compor sua equipe de governo?

Não posso dizer que não haja influência política, claro que haverá. Se tudo der certo, vamos disputar uma eleição em primeiro turno e depois em segundo turno e, ganhando a eleição, não vamos fazer um governo marciano. Vamos fazer um governo que emerge das urnas. Até quanto mais natural for essa consolidação, melhor será governar e menor o custo para a sociedade. Custo absurdo para a sociedade é esse das conversões, dos que não queriam política, e agora se entregaram para a mais antiga política do Estado, a dos últimos 20 anos.

O que espera das eleições 2022?

Espero que Deus me ilumine, para corresponder ao resultado. Se não der certo, me conformando e aceitando o resultado e continuando a torcer por Santa Catarina. E se der certo, que eu tenha humildade para chamar mais gente competente e que goste do nosso Estado, que é a ampla maioria, para nos ajudar a fazer o melhor governo da história de SC e o melhor exemplo para o futuro.

Foto: Divulgação

O que faz com R$ 200 no bolso e um dia livre

Saio de casa: se for no inverno, vou pro Ministério da Cerveja jogar dominó, se estiver na praia, não preciso dos R$ 200 porque vou tomar banho de mar.

No que investe seu dinheiro

Se tivesse, investiria em ações da Petrobras

Desejo de consumo

Meu grande sonho sempre foi um Mustang, mas estou muito contente com meu Golf 2018

Última compra que fez

Sei o que não comprei, não foi fixador de cabelos (risos). Foram meias para o inverno

Último livro que leu ou está lendo

Último livro foi O espelho e a mesa, do Roberto Pompeu de Toledo, mas nesse ínterim, li Cinco pães e dois peixes, Os Árabes e, também, A Guerra da Crimeia

Música ou estilo de música preferido

A do meu enterro, já com cantor contratado, My Way, que todo mundo pensa que é de um francês ou de um inglês, mas foi de um sírio Paul Anka, imortalizada por Frank Sinatra

Hobby

Dominó, esse esporte radical, natação, caminhada e ler

Esporte ou atividade física habitual

Academia para conservar o cadáver e devolvê-lo ao Senhor o mais tarde possível e no melhor estado de conservação possível

Religião

Sou católico, apostólico, romano, jesuíta, mas tenho maior apreço por todas religiões. A coexistência é a melhor de todas as religiões.

Maior emoção na vida

A visita à Kafer Shuba, vila onde meu pai nasceu.

Dinheiro pra quê?

Dinheiro é uma necessidade que não pode tomar conta de você. É um senhor perverso.

 

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Produção e redação: ADI/SC jornalista Adriana Baldissarelli (MTb 6153) com colaboração de Cláudia Carpes. Contato peloestado@gmail.com