“Não há rosa sem espinho”

Foto Arquivo Freepik

Por: Ana Kelly Borba da Silva Brustolin

07/08/2020 - 18:08

Estamos passando por uma profunda experiência de vida neste momento excepcional de pandemia causada pela Covid-19, ou pelo coronavírus. Tenho tentado me aliviar (confesso: bem desafiador!) e não levar a vida tão a sério – o que é muito custoso para uma virginiana com ascendente em capricórnio.

Escuto muitas pessoas dizerem: “A vida é muito curta, por isso temos que aproveitar o dia de hoje”. Mas é tudo tão relativo… Vida curta; vida longa. Esperas. Ausências e permanências… Depende do contexto e do entorno no qual se vive.

Todo mundo já levou um “NÃO”, assim, em caixa alta na vida. Nesta ocasião, tenho a impressão de que estes “nãos” parecem mais recorrentes do que nunca, não sei se concordam.

Há uns anos, levei muitos desses; um seguido do outro. Foram “nãos” tão constantes, persistentes e dolorosos que quase me fizeram desistir de minha profissão (e, de certa forma, de mim). Recebi “não” em resposta a projetos de vida profissional nos quais havia criado grandes expectativas.

Entre os “nãos” que recebi, seguem alguns:

  • Não para uma tentativa de retomar a carreira profissional (parada por um tempo);
  • Não para as tentativas de inovações dentro de uma escola, após o meu ingresso;
  • Não para minha autoestima;
  • Não ao tentar entrar em uma escola privada 1;
  • Não ao tentar entrar em uma escola privada 2;
  • Não ao tentar entrar em uma escola privada 3;
  • Não ao tentar entrar em uma escola privada 4;
  • Não ao tentar entrar em uma instituição conhecida I – e passei na prova, mas até hoje não me chamaram;
  • Não ao tentar entrar em uma instituição conhecida II – e passei na prova, mas até hoje não me chamaram também [:(];
  • Não ao tentar entrar em uma escola privada 5 – dos meus sonhos;
  • Não a continuar convivendo com amigas e vizinhas estimadas – mudei de residência;
  • Não ao tentar minha segunda gestação.

Desse modo, tais “nãos” me aborreceram tanto que, de algum modo, me chacoalharam e eu fui lá e tentei de novo (como diz a letra da música “Tente outra vez”, de Raul Seixas). E, eis que recebi alguns “SIMs” como resposta.

Retomei minha carreira, conquistei a confiança dos colegas de trabalho, firmei parcerias e desenvolvemos excelentes projetos, inclusive publicação de livros.

Viajei para o exterior. Minha autoestima foi reconstruída, fui madrinha de turma (que lindo!), entrei para uma escola privada com a qual me identifico, atuei como professora de Universidade Federal – passei em processo seletivo e, sem esperar, fui chamada –, tive meu segundo filho, ganhei um afilhado, lancei livro e estou cheia de projetos e ações…

Ao passo que avalio, então, que devemos querer “meeesmo”, conforme observamos na letra da música “Tente outra vez”, de Raul Seixas: “Queira! Basta ser sincero e desejar profundo, você será capaz de sacudir o mundo. Vai! Tente outra vez!”

A lista de “nãos” e “sims” persiste e prossegue… talvez você se identifique com alguns dos “nãos” supracitados. Talvez em sua lista eles sejam maiores ou menores. Mas, humildemente, gostaria de compartilhar um pouco do que aprendi com vocês…

Não foi o primeiro “não”, e não será o último

Abstrair essa possível situação da vida real me ajudou bastante, pois, apesar de parecer simples, pode ser demorado entendermos o porquê dos “nãos”. Todavia, atualmente é mais simples olhar para o NÃO, inspirar, expirar, levantar a cabeça e correr atrás, novamente. Talvez não seja a hora certa, mas se eu quero; eu consigo.

O NÃO pode originar eclosão

A vida se caracteriza por frustrações e conquistas. Gosto muito dos ditos: “um mar calmo nunca fez um bom marinheiro” e “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. Os desafios nos movem e contribuem para sermos melhores e gratos.

Os “pés na bunda” podem gerar ação

Conforme temos conhecimento, por meios midiáticos, o Grande Prêmio do Japão, da Fórmula Um de 1989, segue como uma das maiores discussões da história do esporte por conta da batida entre Ayrton Senna e Alain Prost.

O brasileiro ia muito bem, mas Alain Prost ficou com o título da temporada (e Senna teve de engolir um SUPER “não”), mantendo-se a polêmica viva até hoje. Michael Jordan foi afastado do time de basquete quando jovem, os Beatles foram recusados pela primeira gravadora, o Rei Roberto Carlos recebeu a crítica de um produtor de que sua voz era muito comum e precisavam de algo diferente, Walt Disney foi demitido por não ser criativo…

E então? Quem sabe os “pés na bunda” recebidos pelos exemplos citados apresentaram-se como um “acorda, menina”, de Ana Maria Braga – que, aliás, em uma entrevista, disse que também estava se reinventando em cima de “nãos” antes de ingressar no seu programa que perdura até hoje. Assim, um “não”, às vezes, pode nos ensinar mais do que um “sim”, e um pé na bunda aparente pode significar um “empurrãozinho necessário”, ou um “se liga”.

Presença amiga e acolhedora nos maus momentos

Um “não” daqueles “bemmm sonoros” pode ser desafiador e difícil de digerir, perturbando-nos e desestabilizando-nos, afetando, assim, nossa autoestima e deixando-nos à mercê do esquecimento de tudo que tenhamos feito ou produzido de bom. Nessas horas, a companhia de uma pessoa amiga e acolhedora é refresco, aconchego e amparo para nossa dor. Já diz o ditado: “Amigo verdadeiro, vale mais do que dinheiro”.

Fifty-fifty: seu percentual de chances

Para os adeptos de estatísticas, lembrem-se: Você sempre terá 50% de chances de receber um “sim”, e 50% de receber um “não”. Lá vai mais um ditado: “Quem não arrisca, não petisca”!

E se der certo?

Costumo dizer que o “não” eu já tenho, mas se eu tentar posso conquistar algo diferente, como um “sim”, por exemplo. Claro que, virginiana, com ascendente em capricórnio, precisa estudar bem as possibilidades e os riscos (rs). Ainda bem que sou salva pelo ascendente lunar em Peixes. Temos liberdade e flexibilidade para exercitar nossos talentos, desse modo, precisamos reconhecer as oportunidades.

Tem um ditado popular que fala: “A pressa é inimiga da perfeição”, você com certeza já ouviu. Quando usado, quer dizer que é preciso ter paciência para conquistar o resultado aguardado.

Por isso, meu amigo, “devagar se chega ao longe”; quando nos depararmos com um objetivo desafiador, podemos pensar que ele está fora de alcance… Não tem problema! Confie que o passo a passo lhe ajudará a chegar a qualquer lugar. E “não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje”, pois “de grão em grão, a galinha enche o papo”!

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