“De olhos-vivos”

Foto Arquivo Pexels

Por: Ana Kelly Borba da Silva Brustolin

27/01/2021 - 10:01 - Atualizada em: 27/01/2021 - 10:45

Início de ano chegou, gente…

Desde que me entendo por gente sempre gostei mais da minha aparência estampando um “sorriso” no rosto do que o contrário, aliás dificilmente estou sem sorrir em uma foto. Quem me conhece sabe e já deve estar acostumado comigo sorrindo. É tanto que, às vezes, se estou “séria” tendem a me perguntar se estou triste, chateada ou brava?

Lembro-me das conversas com minha avó materna… Ela costumava me dizer: “-Moça ‘séra’ não ri pra rapaz nenhum. Se tu for num baile e um rapaz te chamar pra dançar não mostra os dentes”! [risos] E esse conselho logo para mim?! A pessoa que mais mostra os dentes [kkkk]! Fico imaginando que as mulheres de outra época recebiam esse “ensinamento”, com base no que minha vó costumava me contar…

Independentemente da época, acredito que o ato de sorrir faz bem ao corpo e à alma, pois trabalha o corpo e fortalece emoções… A pandemia nos impediu de mostrar os dentes por trás da máscara, no entanto, descobrimos o sorriso através dos olhos… E você? Gosta de sorrir? Já sorriu hoje? Sentiu algo diferente?

Há pessoas, inclusive, que têm o riso como um sério instrumento de trabalho: os Doutores da Alegria, por exemplo. O grupo introduziu a arte do palhaço e do riso no universo da saúde e os artistas experimentam o espaço do hospital como um palco, compreendendo que a arte pode se ligar à promoção da saúde dentro do ambiente hospitalar. Sendo assim, percebemos que o riso é um medicamento muito acessível e orgânico.

O ano de 2020 foi diferente e marcante em nossas vidas. Singular. Plural. Um ano no qual tivemos de nos reinventar de diversos modos e contextos. Saímos do eixo e tivemos de encontrar o equilíbrio nas variadas situações que se apresentaram novas e repentinas, sem que pudéssemos parar e analisar para, então, agir.

Ah o olhar… Essa atitude também nos foi imposta. A boca teve de se ocultar (mesmo que forçosamente), por meio do uso das máscaras e a necessidade de olhar pôs-se além… Como já dito, tivemos de olhar de dentro para fora e de fora para dentro, e quando fazíamos uso das máscaras faciais precisávamos buscar o olhar alheio e compreender o outro – que vivência!

Reinvenção e criatividade

Durante 2020, com certeza, todos nos reinventamos de alguma forma, em determinado setor da vida. E sabem o que soou mais incrível para mim? Foi que a impossibilidade de fazer “o mesmo” nos permitiu criar o novo; o diferente! Assim, em meu entendimento, a palavra deste ano de 2020 foi “criatividade”. Nossa percepção mudou em relação a muitas pessoas e situações e, também, se reafirmou diante de tantas outras!

O vocábulo “criatividade” está ligado ao ato de criar algo e vem do latim creatus, que significa criar, do verbo infinitivo creare. De acordo com o dicionário Houaiss, criatividade pode ser definida como “a qualidade ou característica de quem […] é criativo; inventividade; inteligência e talento, natos ou adquiridos, para criar, inventar, inovar”.

O dicionário Aurélio define criatividade como “capacidade criadora, engenho, inventividade; capacidade que tem um falante nativo de criar e compreender um número ilimitado de sentenças em sua língua.” A criatividade, portanto, é uma faculdade que pertence a todos nós, seres humanos, e este ano a gente conseguiu constatar, perceber e sentir essa característica e/ou qualidade nas diferentes esferas sociais, políticas e econômicas.

A propósito, estamos habituados a viver em meio a mil pensamentos, interpretações da realidade e “planejamentos mentais” que, grande parte das vezes, abrimos mão de desfrutar do momento presente. O momento “presente” nos “presenteou” com a chegada da vacina – notem que em 2020 a criatividade “rolou solta” e os cientistas e pesquisadores do mundo colocaram “a inteligência e o talento, natos ou adquiridos, para criar, inventar, inovar” – e a inovação entrou em cena neste 2021!

É essencial que aprendamos a nos entregar aos simples momentos de alegria, sem deixar que a mente sabote e dificulte a ação de sorrir. E da mesma maneira faz-se vital praticar a construção de espaços internos livres e deixar aquele tempinho sagrado só para “sorrir”… Sorrir de verdade: de dentro para fora; com o coração aberto e disposto, ecoando endorfina e serotonina pelas células. Que tal sorrirmos mais para nós e para a vida (com ou sem motivos)? Ah, tem mais: sorrir é “de graça”.

Ressalta-se, por fim, que temos um novo desafio: criatividade é “pensar” coisas novas ao passo que inovação é “fazer” coisas novas, desse modo, em relação as nossas vidas, como transformarmos a criatividade em inovação em 2021?

Tenho convicção de que é mais aprazível seguirmos nossos caminhos juntos e que a boa vibração só é completa quando compartilhada. Então, vamos juntos nessa?! Feliz, criativo e inovador 2021 a todos!

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