O futebol se despediu do seu Rei nesta quinta-feira (29), com a morte de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, aos 82 anos.
A relação do ex-jogador com o futebol começou quando ele era apenas um menino. Pouco antes de fazer dez anos de idade, iniciou sua carreira no BAC (Bauru Atlético Clube), time da cidade de Bauru, no interior de São Paulo, onde o pai Dondinho jogava profissionalmente.
Após o grande desempenho na equipe, ele chegou ao Santos em 1956 e marcou o primeiro gol como profissional no dia 7 de setembro daquele ano, com apenas 16 anos.
Pelo Peixe, único clube que Pelé defendeu no Brasil, foi dez vezes campeão do Campeonato Paulista, sendo artilheiro por nove temporadas seguidas, bicampeão da Libertadores e do Mundial de Clubes.
Além disso, marcou seu milésimo gol, contra o Vasco, diante de quase 200 mil pessoas no Maracanã, no dia 19 de novembro de 1969. Foram 1.091 gols em 1.116 jogos pela equipe paulista.
Início na seleção
O caminho de Pelé na seleção brasileira começou no ano de 1957. Convocado por Vicente Feola, o ex-atacante era uma aposta do treinador para a disputa da Copa Roca, tradicional torneio amistoso entre Brasil e Argentina.
Aos 16 anos de idade, Pelé fez sua estreia pelo país no Maracanã em uma derrota. O Brasil perdeu por 2 a 1 para a Argentina, mas Pelé deixou sua marca. O jovem entrou aos 20 minutos do segundo tempo e marcou pela primeira vez com a Amarelinha, empatando a partida.
Superado no primeiro jogo, o Brasil reverteu a desvantagem na partida seguinte, com mais uma boa atuação do Rei. Pelé marcou um dos dois gols na vitória por 2 a 0 no Morumbi, que garantiu o título da Copa Roca, o primeiro dele com a seleção.
A primeira Copa do Mundo
Um ano depois, Pelé foi à Suécia para disputar a sua primeira Copa do Mundo. Com apenas 17 anos, o jovem mostrou muita maturidade e um futebol de gente grande entre adversários muito complicados.
Ao lado de Garrincha e Didi, o então garoto transformou o Brasil em uma verdadeira máquina de jogar futebol e liderou a equipe até o primeiro título mundial na história, anotando seis gols, sendo dois na final sobre a Suécia que terminou com a vitória por 5 a 2.
O bicampeonato mundial
Defendendo o título, o Brasil chegou ao Chile, em 1962, cheio de expectativas, principalmente pela reedição de grandes parcerias da Copa do Mundo anterior, como Garrincha, Didi e, é claro, Pelé. Na estreia, o craque deixou o dele contra o México.
Mas a trajetória do Rei nesta Copa duraria pouco. Logo na segunda rodada contra Tchecoslováquia, uma lesão na coxa tirou o craque de todo restante do torneio, mas pôde comemorar o bicampeonato, que teve Garrincha como grande destaque.
O tri no México
Após a frustração de 1966 quando o Brasil caiu na primeira fase, Pelé reafirmou sua posição de maior jogador da história do futebol na Copa do Mundo de 1970. Em um time recheado de craques, o Rei foi o grande líder e, com quatro gols e seis assistências, comandou a seleção rumo ao título.
Pelé é, até hoje, o único jogador a ganhar três Copas do Mundo. Mais do que isso, foi o camisa 10 da seleção nas três conquistas do Mundial. Diante do Azteca lotado, Pelé se despediu das Copas sendo alçado aos céus pelos torcedores, jornalistas e policiais que invadiram o gramado após o apito final.
Despedida profissional
Mesmo com apenas 31 anos, Pelé deu adeus à Amarelinha em 1971. Diante de um Maracanã lotado, o Rei esteve na seleção brasileira que enfrentou a Iugoslávia no dia 18 de julho. O jogo terminou em um empate por 2 a 2, com gols de Gerson e Rivellino.
Conhecido por ter um preparo físico notável, ele poderia até mesmo ter estendido sua trajetória com o Brasil, mas preferiu encerrá-la em alta.
Com a camisa canarinho, ele disputou 113 jogos e marcou 95 gols, de acordo com números da CBF. Em toda a carreira, o ex-atacante fez 1.282 gols em 1.364 partidas.
*Com informações de CBF