Jaraguá do Sul registrou quatro homicídios em 2022, uma média de um assassinato a cada três meses. Dentre os casos, três deles foram qualificados como feminicídios, quando o homicídio é cometido contra vítimas do sexo feminino no contexto doméstico e familiar.
O delegado regional Eric Uratani afirma que o número de homicídios é muito menor que o registrado em outras cidades do mesmo tamanho de Jaraguá do Sul, inclusive em Santa Catarina. Apesar de ser baixo, a Polícia Civil ressalta que é um crime grave e gera uma grande repercussão na sociedade.
“Cada crime que acontece é um motivo de alerta. O que chama a atenção são esses três feminicídios. Foram homens atentando contra a vida de companheiras e ex-companheiras. Em 2021, Jaraguá do Sul registrou três homicídios, mas nenhum deles com essa qualificadora”, afirma.
De acordo com Uratani, os feminicídios são difíceis de combater, pois ocorrem dentro dos lares. Ele destaca que a violência contra a mulher é uma questão cultural que precisa ser combatida.
“Esse número de feminicídios acende um alerta e a Polícia Civil vem trabalhando com o objetivo de combater de forma veemente a violência contra mulher. Há tratativas com a Ordem dos Advogados do Brasil, subseção de Jaraguá do Sul, para implementar o projeto OAB Por Elas, que dá atendimento jurídico para vítimas de violência”, comenta.
A Polícia Civil também busca desenvolver ações para o atendimento dos autores dos crimes de violência contra a mulher. Segundo o delegado regional, há policiais civis que atuam em Jaraguá do Sul realizando um curso na Acadepol (Academia de Polícia Civil) para se especializar nesse tipo de atendimento.
“Com isso, nós buscamos fortalecer o combate a esse tipo de violência e melhorar esses índices. Queremos atuar na prevenção para não deixar um problema que começou com uma ameaça vire uma bola de neve e acabe terminando no pior dos crimes que é o homicídio”, ressalta.
Uratani chama a atenção para o grande declínio no número de homicídios nos últimos dez anos. Em 2012, foram registrados 16 homicídios e, após dez anos, chegou a quatro. Porém, com os três feminicídios, há uma necessidade real de buscar o combate à violência doméstica no município.
Confira quais os casos de homicídio registrados em Jaraguá do Sul em 2022:

Foto: Fábio Junkes/Reprodução Redes Sociais
O primeiro homicídio do ano foi cometido contra Patricia Corrêa, de 43 anos, na noite de 26 de janeiro. Aníbal Damião, de 54 anos, assassinou Patrícia com um tiro na nuca em um bar no quilômetro 86 da SC-110, no bairro Rio Cerro II. Aníbal foi preso pela Polícia Militar logo em seguida e confessou que cometeu o homicídio por causa de ciúmes.

Foto: Cláudio Costa
William Martins Moreira foi executado a tiros na noite do dia 15 de abril, na rua Benildo Zamin, no bairro Centenário. Dois homens em uma moto realizaram os disparos e a vítima morreu no local. Os autores foram presos após investigação da Divisão de Investigação Criminal de Jaraguá do Sul. De acordo com o Ministério Público de Santa Catarina, a motivação seria um desentendimento durante uma partida de futebol.

Foto: Reprodução Facebook
Aurea Schölemberg Wachholz, de 43 anos, foi assassinada no fim da madrugada do dia 12 de agosto, na rua Francisco Dutra, no bairro Amizade. Waldemar Rogerio Wachholz estrangulou a companheira na residência da família. O casal estava formalmente divorciado, mas compartilhava a mesma casa por questões financeiras. Wachholz fugiu do local após o crime, mas se apresentou com o advogado na delegacia.

Foto: Reprodução Redes Sociais
Sara Bealvo Ribeiro, de 23 anos, foi assassinada pelo ex-companheiro no dia 7 de dezembro, na rua João Planincheck, no bairro Nova Brasília. A vítima foi esfaqueada por Luis Ricardo da Silva, de 31. Durante o ataque, o filho do casal, de nove meses, também foi atingido por um dos golpes. Sara morreu após dar entrada no hospital e o autor preso pela Polícia Militar logo após o homicídio.