A polícia das Bahamas prendeu o fundador e ex-CEO da corretora de criptomoedas FTX, Sam Bankman-Fried.
A informação foi confirmada à Bloomberg nesta segunda-feira (12) pelo procurador-geral do país, Ryan Pinder, e atende a um pedido formal dos EUA.
O Distrito Sul de Nova York, que está investigando o colapso da FTX, também confirmou a prisão.
“No início desta noite, as autoridades das Bahamas prenderam Samuel Bankman-Fried a pedido do governo dos EUA, com base em uma acusação selada apresentada pelo SDNY”, escreveu o procurador americano Damian Williams.
“Esperamos abrir a acusação pela manhã e teremos mais a dizer naquele momento”, acrescentou.
A justiça dos EUA deve solicitar a extradição de Bankman-Fried em breve. A FTX deve a seus credores pelo menos US$ 3 bilhões.
Segundo as acusações, Sam Bankman-Fried teria usado fundos de clientes da corretora para emprestar dinheiro ao braço de investimentos da companhia, Alameda Research.
Avaliada em US$ 32 bilhões, a FTX mergulhou em uma crise sem precedentes que a levou à falência em menos de um mês, contaminando grande parte do mercado global de criptomoedas.
Em novembro, uma reportagem publicada pelo site CoinDesk revelou que a FTX passava por uma delicada situação financeira. O balanço patrimonial da Alameda Research (empresa-irmã da FTX) tinha 75% de ativos não líquidos – que não podem ser negociados rapidamente.
Os outros 25% desses ativos eram compostos pelo token FTT, um tipo de criptoativo emitido pela própria FTX. Ficou claro que a companhia teria de vender muitos desses tokens no mercado, o que derrubaria a cotação do ativo.
Quando a reportagem foi publicada, a corretora sofreu uma corrida de saques. A situação piorou depois que o CEO da Binance, Changpeng Zhao, afirmou que também venderia todos os tokens emitidos pela concorrente que estavam em sua carteira, o que correspondia a mais de US$ 2 bilhões (R$ 10,3 bilhões).