O presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva (PT) chegou na manhã desta sexta-feira (9) ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) ,em Brasília, para conceder uma entrevista coletiva, onde anunciou os primeiros nomes do seu ministério.
As pastas já selecionadas foram Fazenda, Casa Civil, Defesa, Justiça e Relações Exteriores.
O ministério da Fazenda vai para o petista Fernando Haddad, ex-ministro da educação e ex-prefeito de São Paulo.
O nome de Haddad para o Ministério da Fazenda, em 2023, foi anunciado após a aprovação da PEC da transição pelo Senado Federal, que, além de assegurar o auxílio de R$ 600 para população carente, e de mais R$ 150 por criança de até seis anos, abriria um espaço no orçamento de R$ 175 bilhões para outras áreas como saúde e educação.
A pasta de Relações Exteriores vai para o embaixador Mauro Vieira, que já comandou o Itamaraty durante o segundo governo Dilma Rousseff (PT), entre 2015 e 2016, e deixou o cargo após o processo de impeachment da presidente. Atualmente, o diplomata de carreira chefia a Embaixada do Brasil em Zagreb, capital da Croácia.
A Casa Civil fica nas mãos do governador da Bahia, Rui Costa (PT), aliado próximo de Lula.
Na Casa Civil, o político será um dos ministros que despacharão dentro do Palácio do Planalto. A Casa Civil funciona como uma espécie de centro administrativo do governo federal, responsável por articular a execução das políticas públicas pelos demais ministérios. No mandato anterior de Lula, a pasta foi ocupada por Dilma Rousseff.
A Defesa vai para o ex-ministro do Tribunal de Contas da União, José Múcio Monteiro. Múcio também foi ministro da Secretaria de Relações Institucionais no segundo mandato presidencial de Lula.
Múcio, considerado um político conciliador e moderado, terá a missão de melhorar a relação de Lula com os militares, que tiveram participação de destaque em cargos de gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL). A escolha de Múcio foi bem recebida por militares.
Já a pasta de Justiça e Segurança Pública fica sob tutela do senador eleito Flávio Dino (PSB).
Dino é um dos coordenadores do grupo técnico que discute Justiça e Segurança Pública neste período de transição. Durante as reuniões com especialistas, o senador eleito defendeu a revogação de decretos do presidente Jair Bolsonaro que flexibilizaram o acesso a armas no país.
O novo ministro da Justiça já disse que é preciso discutir uma “modulação” da quantidade de armamento que já está nas mãos da população, com o objetivo de tirar de circulação, por exemplo, as armas de grosso calibre. Lula frisou que essa é a tarefa mais árdua já passada aos ministros nomeados.
Na coletiva, Lula também destacou que o programa Casa Verde Amarela volta a se chamar Minha Casa Minha Vida, e que levas futuras de nomeações devem haver mais mulheres, negros e indígenas na composição de seu governo.
Transição
Antes da entrevista de Lula, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, coordenador da transição, fez uma espécie de balanço, informando como atuaram os grupos de transição durante as últimas semanas.
Segundo Alckmin, os relatórios finais dos grupos temáticos serão apresentados na próxima semana e o processo deve ser concluído na próxima terça-feira.
“O relatório final terá um diagnóstico de cada área, alertas para os primeiros meses de governo, […] as emergências orçamentárias, sugestões de revogações em cada área, propostas de estrutura para cada área e ações prioritárias”, declarou Alckmin.
Ao comentar o assunto, Lula disse ter sido a transição “mais democrática” da história das transições de governo no país.