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Entrevista: Lunelli é o deputado estadual com o maior número de votos na região Norte de SC

Foto: Divulgação

Por: Elisângela Pezzutti

05/10/2022 - 05:10 - Atualizada em: 05/10/2022 - 07:51

Ao avaliar os resultados das eleições de 2 de outubro, o ex-prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli, melhor colocado do MDB na disputa por uma vaga na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) e o terceiro mais votado entre mais de 600 candidatos, com 74.500 votos, se diz “imensamente agradecido pela confiança do eleitor catarinense”.

Entre outros assuntos, Lunelli fala o que pensa sobre o futuro do MDB. Acompanhe a entrevista:

Qual é o seu sentimento em relação ao resultado que o senhor obteve nas urnas no último domingo?

Sem dúvida, saio da eleição com sentimento de dever cumprido e muito grato aos eleitores. Foram 74.500 votos, fui o terceiro mais votado entre mais de 600 candidatos, o melhor colocado do MDB na disputa e recebi apoio em todas as regiões de Santa Catarina. Em Jaraguá do Sul e região recebi a maior marca histórica. Mas, a alegria do resultado já começa a dar espaço agora para o sentimento de responsabilidade que terei pela frente. Honrarei não somente os 74.500 votos que recebi, mas trabalharei com muita disposição para ajudar a construir um Estado mais leve, eficiente e com mais oportunidades. Serei representante de uma política que orgulhe nossa sociedade.

Como o senhor justifica esse desempenho?

O eleitor catarinense mostrou mais uma vez que político precisa ter posicionamento. Quem fica em cima do muro leva chumbo dos dois lados. Você precisa ter bandeiras claras. Eu fiz minha vida no setor privado, depois fui participar da política para contribuir, sempre dizendo o que penso, e sem abandonar meus princípios. Na Prefeitura de Jaraguá do Sul, conseguimos fazer uma gestão mudando parâmetros, reformulando a máquina pública e entregando mais para população. Aumentamos a capacidade de investimento próprio, que era perto de zero, para 21% – e reduzimos o percentual de comprometimento com a folha de 52% para 34%. O eleitor levou em conta nossa história, tanto na iniciativa pública quanto privada.

Foto: Divulgação

O senhor apoia a reeleição de Bolsonaro para a Presidência da República?

Eu apoiei e continuo apoiando publicamente a reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Tive um pouco de cautela no primeiro turno somente em função de o MDB ter candidatura, mas nunca escondi que sou Bolsonarista, antes mesmo da onda 17 e agora 22. Conheci o Bolsonaro em 2014, ajudei a trazer ele em Jaraguá do Sul quando ele ainda era deputado federal e pré-candidato à Presidência. Na época mandei adesivar os caminhões da empresa, depois tive que tirar porque o jurídico alertou que havia risco de configurar propaganda antecipada. Agora, nesse segundo turno, vou trabalhar com mais liberdade para ajudar a reeleger o presidente. Não podemos premiar a corrupção do Lula e do PT. Não concordo com tudo que o Bolsonaro fala ou faz, mas tenho convicção de que ele é a melhor opção para o Brasil e para Santa Catarina. E agora no segundo mandato, com um Senado mais favorável, ficará mais fácil para o presidente fazer as mudanças necessárias. Sou 22!

Qual será a sua posição na disputa do segundo turno para o Governo de Santa Catarina?

Sem dúvida Jorginho Mello terá meu voto e meu apoio. Eu me mantive neutro no primeiro turno porque apesar de toda sacanagem e trairagem que fizeram comigo no MDB, respeitei, sobretudo, a base. Mais de 70% dos nossos filiados queriam a minha candidatura e foram ignorados. O resultado é esse que a gente viu domingo. No dia da convenção do MDB, eu disse que a política pode até aceitar a traição, mas ela não perdoa o traidor. Moisés traiu Bolsonaro, mesmo sendo eleito na onda 17.
E o ex-prefeito de Joinville manchou a própria história ao me incentivar a renunciar, para ser candidato ao governo do Estado, e depois ir para a convenção contra mim. E adiantou de quê? Moisés fez somente 10% dos votos em Joinville, foi o quarto colocado lá. Esse tipo de política sem ética, sem respeito e que aceita todo tipo de negociata em busca de poder, não tem mais espaço. O eleitor catarinense mostrou isso.

Como o senhor avalia a relação MDB/Moisés/Celso Maldaner?

Como emedebista fico triste pelo resultado, que é uma derrota sonora ao MDB dos caciques. Como catarinense, que quer o melhor para nosso povo, fico feliz. Avisei diversas vezes que Moisés não venceria. O governo dele foi ruim. Não entregou nada. O governador e algumas lideranças nossas se enganaram achando que o PIX, eleitoreiro e irresponsável, resolveria o problema de uma administração ineficiente. Além disso, a questão dos respiradores, a traição de Moisés que se imaginou maior do que o presidente Jair Bolsonaro, demonstrando até uma certa arrogância. O problema do MDB é que muitas das nossas lideranças não entenderam que o catarinense não aceita mais esse tipo de política. O catarinense quer ética, produtividade, eficiência e valoriza a lealdade.

O que o senhor pensa sobre o futuro do MDB?

Ainda não está tudo perdido. Com a provável eleição de Jorginho Mello ao governo do Estado, teremos dona Ivete Silveira no Senado. Também conseguimos eleger três deputados federais e seis estaduais, enquanto diziam que a gente faria quatro. Mas, sem dúvida, temos que ter uma ampla renovação no diretório, na Executiva, uma nova liderança. Alguém que represente o sentimento da base e que se conecte mais com o povo catarinense. Eu ainda vou tentar, sou teimoso. Penso que passado o segundo turno, a gente deve olhar para dentro e aprender com os erros. O MDB precisa urgentemente mostrar que entende e respeita o povo catarinense.

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Elisângela Pezzutti

Graduada em Comunicação Social pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Atua na área jornalística há mais de 25 anos, com experiência em reportagem, assessoria de imprensa e edição de textos.