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É a vida

Por: Luiz Carlos Prates

01/11/2016 - 07:11 - Atualizada em: 01/11/2016 - 07:58

Há quem não passe sem sua vitamina diária, dizem que isso faz parte dos cuidados com a saúde e de outras necessidades; cada um, enfim, tem os seus jeitos. Um dos meus jeitos é ir às minhas caixas de sapatos, já são duas, quase transbordantes de tantas frases recolhidas, recortadas e nelas jogadas. Um tesouro e um passatempo.

Os livros de Machado de Assis os li todos, fiz isso cedo, adolescentão. Verdade que reli muita coisa mais tarde, afinal, a memória vive de repetições, de repassagens… Uma das frases de Machado de que gosto muito é esta de que ele fez uso para descrever uma personagem: – “Tinha 40 anos na certidão de batismo e vinte e sete nos olhos”. Que beleza, que modo magnífico de dizer de uma personalidade. Claro, precisamos dar o desconto que aos tempos de Machado de Assis uma mulher com 40 anos era uma vetusta senhora. A longevidade naquele tempo ia só até ali…

Mas o que quero dizer é desse fogo que algumas pessoas têm na alma e que lhes salta pelos olhos, tipo esse, de ela ter 40 anos na certidão de batismo e 27 no brilho dos olhos.

O curioso é que logo depois de ter relido essa frase, liguei a tevê e fui direto para o canal Arte 1, magnífico, pleno de bons programas, de balé e orquestras, ninguém lhe faz concorrência, infelizmente. Pois no Art 1, o escritor, dramaturgo e gênio Ariano Suassuna dava uma entrevista, pouco antes de sua morte.

Que sujeito o Ariano, tinha lá seus 90 e tantos anos e um brilho de 45 no olhar. Entusiasta do Brasil, do seu Nordeste, da cultura regional, da História, da Literatura, de tudo. Esse entusiasmo das pessoas é que as faz ricas, interessantes, pessoas que de fato valem a pena. Que pena que são tão poucas.

Mas que fique claro, todos podíamos ser assim, energéticos, exemplares, envolvidos com uma causa até o último suspiro, “todos”, eu disse. Mas qual…

O que vemos por aí, nas baladas então nem se fala, é gentinha vazia, cabeças ocas, roupas, não raro, caras, carrões, “fantasias”, não mais. E o pior, essas pessoas casam entre si, imagine a vida em comum e o que não serão os filhos… Credo.

Machados e Arianos fazem falta, deviam ser eternos… Ó, psss, passou um carro. O som bem alto e um sertanejo cantando… Sim, e na direção do carro, certamente, um rústico estúpido da vida. É a vida.

PERGUNTA

Posso uma perguntinha de porta de botequim? Obrigado. Vamos lá. Você é do tipo que vive pelo relógio ou pela bússola? Os que vivem olhando para o relógio não vão longe na vida, são os assustados do trabalho; já os que olham para a bússola são os que têm um horizonte a chegar. Cada um de nós tem um jeito de ser, e esse jeito, infelizmente, é imutável. Só mudamos, e sob pressão momentânea, quando a corda nos aperta o pescoço. Cuidado.

FALTA DIZER

Convite para abrir o apetite: Se você quiser mais, é fácil, vá para o Canal Luiz Carlos Prates no youtube. De tudo um pouco. Me disseram que não dá para escapar…

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.