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Homem com livro de Hitler é preso após discurso racista e homofóbico em biblioteca de SP

Por: Pedro Leal

03/08/2022 - 14:08 - Atualizada em: 03/08/2022 - 14:38

Um homem de 39 anos foi preso nesta terça-feira (2) após uma série de declarações de cunho racista e homofóbico na Biblioteca Mário de Andrade, na República, região Central de São Paulo.

As informações são do Uol. A prisão de Wilho da Silva Brito foi confirmada pelo governador Rodrigo Garcia (PSDB) no Twitter.

“A Polícia Civil prendeu o racista Wilho da Silva Brito, que agrediu os usuários e funcionários da Biblioteca Mário de Andrade”, disse Garcia. “Denunciem todo e qualquer ato de racismo. Racistas não podem ficar impunes”.

Os ataques foram registrados em um vídeo. Nas imagens, Wilho discute com funcionários da biblioteca e faz uma série de afirmações explicitamente racistas e homofóbicas.

“Eu não gosto de negros, a cultura deles é uma bosta. Se prestassem, eles não eram discriminados pela sociedade”, afirmou o homem.

Ele estava com os livros “Minha Luta”, de Adolf Hitler, e “Uma breve história do tempo”, de Stephen Hawking.

Wilho disse, de acordo com o vídeo, que estava na biblioteca estudando para melhorar o país, que chamou de lixo.

“E vocês vêm com papo de macaco, de favela. Não sou obrigado a usar droga, ficar chupando rola nas porta (sic) do banheiro público, igual muitos faz (sic) aqui”, disse, ainda em direção às funcionárias.

Ele afirmou ainda que “Quem gosta de macaco é o zoológico”, em referência a negros.

Outros frequentadores protestaram contra as falas racistas.

Segundo a Prefeitura de São Paulo, responsável pela biblioteca, ele já havia causado outros problemas no local.

Wilho foi preso em flagrante por injúria racial e racismo. Ele foi encaminhado para a 77ª Delegacia de Polícia, no bairro Campos Elíseos, também na região central da capital.

Ele ficará à disposição da Justiça e deve passar por uma audiência de custódia. A Justiça vai definir se responderá ao crime em liberdade ou se ficará preso preventivamente.

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Cultura repudiou as falas e as atitudes, classificadas pelo órgão como “nazistas, homofóbicas e racistas”. Segundo a nota, “o espaço é marcado pelo respeito às diferenças de gênero, raça, orientação sexual e pela celebração da diversidade”.

Ainda de acordo com a Prefeitura, as equipes da biblioteca e de outros equipamentos culturais da cidade têm passado por treinamentos para lidar com atitudes racistas, transfóbicas e misóginas. Há também um trabalho de conscientização dos funcionários.

“A Prefeitura esclarece que as pastas da Cultura e de Direitos Humanos e Cidadania estão em diálogo para tratar do caso”, finaliza a nota.

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).