O ano está chegando ao fim e, para alguns, é tempo de começar a planejar as férias de verão após meses de estresse e ritmo de vida acelerado dividindo as atenções entre trabalho, estudo, família e inúmeros outros afazeres. Mas, enquanto os momentos de folga não viram realidade, o esgotamento físico e mental pode aparecer e provocar sintomas típicos da Síndrome de Burnout.
Comum em profissionais que trabalham diretamente com pessoas ou que são submetidos a muita pressão no dia a dia, ela é desencadeada por longos período de esforço excessivo no trabalho com pequenos intervalos de recuperação. Conforme a médica nutróloga Cristiane Molon, a síndrome tem diversos sinais e, na fase inicial, tende a ser confundida com a depressão. “Ela induz a mudanças comportamentais, como agressividade, isolamento, irritabilidade, oscilação de humor, dificuldade de concentração, ansiedade, tristeza e pessimismo”, explica.
Em geral, segundo a especialista, os pacientes ainda podem sentir dores de cabeça frequentes, tonturas, alterações no sono, problemas digestivos e intestinais e até falta de ar. A Síndrome de Burnout também diminui a concentração, induz a oscilações de humor, suor excessivo, pressão alta, palpitação e irregularidade do ciclo menstrual.
Com tantos prejuízos à saúde, o problema requer atenção redobrada e esforços diários para evita-lo. Por isso, a nutróloga sugere que se busque qualidade de vida. “Ela é uma das armas para prevenir o esgotamento mental e isso inclui cuidar da saúde, dormir cedo e se alimentar bem, praticar exercícios, manter uma vida social ativa e, claro, tirar férias”, enfatiza.
Para quem já sente os efeitos da Síndrome de Burnout, o tratamento, muitas vezes, exige medicação. Dependendo dos sintomas, podem ser receitados fitoterápicos, assim como terapia e acupuntura.
Como evitar
A Síndrome de Burnout traz inúmeros prejuízos à vida de quem é acometido por ela. Por isso, é importante evitá-la dia após dia. De acordo com Cristiane Molon, a atividade física regular deve entrar para a rotina, pois ajuda a liberar serotonina e endorfinas, envolvidas no humor e na melhora da disposição.
Outro alerta da especialista é quanto a alimentação. Refeições ricas em nutrientes e antioxidantes são fundamentais em períodos de alto estresse. “É a partir da alimentação que temos os nutrientes para produzir enzimas digestivas, hormônios e para que o metabolismo funcione adequadamente”, destaca.
Nesse sentido, a indicação é priorizar as fontes de proteína, como carne, peixes, ovos e queijo, além das folhas verdes e vegetais, que possuem altos índices de magnésio, vitamina C e colina. As frutas vermelhas também são essenciais, já que contam com antioxidantes que auxiliam na redução do estresse oxidativo, aumentado em momentos de tensão.
Vale, ainda, consumir mais carboidratos, provenientes de farinhas integrais, cereais, batatas e legumes. Outra dica é aumentar a ingestão de água, diminuir o café substituindo-o por chás calmantes, e ter boas e prolongadas noites de sono.