Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Casal alega falta de dinheiro para tela na janela onde Luna caiu e morreu, delegado vê negligência

Foto: Jair Correia

Por: Elissandro Sutil

14/04/2022 - 18:04 - Atualizada em: 14/04/2022 - 18:27

Uma perícia foi feita no apartamento onde morava a menina Luna Victorique Zebatiero Carlota, de 5 anos, que morreu após cair de uma das janelas do 4º andar do prédio, na noite da última sexta-feira (8), em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina.

A perícia constatou que não havia telas de proteção para evitar acidentes e os laudos oficiais devem ser entregues à polícia nos próximos dias.

O delegado da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCami), Éder Matte, afirmou que nenhuma das duas janelas tinha a proteção adequada.

“Na janela do quarto havia uma tela fina para mosquitos e na sala não havia nem essa”, disse.

A mãe da criança, de 30 anos, e o padrasto, de 21, prestaram depoimento duas vezes na segunda (11) e terça-feira (12), pois apresentaram contradições de horários e outros detalhes nos depoimentos.

O casal pode ser ouvido novamente nos próximos dias, assim como o pai da criança, que mora na Irlanda.

Após questionados sobre a falta de proteção no apartamento, os dois foram sucintos, segundo o delegado.

“Eles disseram que foi por falta de dinheiro para comprar e colocar”, completou.

Luna morava com a mãe há cinco meses, pois antes vivia com a família paterna.

O delegado presume que não existiu participação de outras pessoas na tragédia e está convicto que houve omissão dos responsáveis nos cuidados com a criança.

A investigação aponta que a criança ficou sozinha por cerca de 15 minutos enquanto os pais estavam no mercado comprando alimentos.

“Houve negligência, tenho certeza, tendo em vista que o apartamento era no quarto andar, não havia tela de proteção e ela teria ficado sozinha por alguns minutos”, disse.

Foto: Willian Ricardo/ Divulgação

Segundo o delegado, uma vizinha observou pela sobra da luz projetada em uma parede ao lado que a menina estava pulando no sofá próximo da janela. Minutos depois, conforme o relato, avistou a menina em pé no parapeito antes de despencar direto no chão a uma altura de quase 12 metros.

“Ela relatou que pensou em gritar pedindo para a menina sair da janela, mas não fez isso por medo dela se assustar e cair. Naquele momento ficou sem reação e viu a menina caindo”, detalhou.

A polícia está coletando imagens de câmeras de monitoramento das ruas e também do estabelecimento onde os responsáveis estiveram para confirmar as informações relatadas nos depoimentos.

O inquérito deve ser concluído em 15 dias.

Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Elissandro Sutil

Jornalista e redator no OCP