Apesar das críticas negativas, a Fifa continua com o plano de realizar a Copa do Mundo a cada dois anos.
Em uma reunião virtual no “Fifa Global Summit”, na segunda-feira (20), a organização apresentou a 207 associados dois estudos independentes sobre os ganhos financeiros que a Copa do Mundo a cada dois anos traria ao futebol.
Conforme as consultorias Nielsen e OpenEconomics, o faturamento aumentaria em US$ 4,4 bilhões, passando de US$ 7 bilhões para US$ 11,4 bilhões por ciclo. Esse valor representa R$ 25 bilhões de reais com ingressos, publicidade e direitos de transmissão.
Deste valor, US$ 3,5 bilhões seriam destinados às federações associadas à Fifa, cada uma delas recebia até US$ 25 milhões.
O repasse para cada membro aumentaria em 50%, cerca de US$ 9 milhões por ciclo de quatro anos.
“Nossa intenção é ajudar a preencher a lacuna entre as associações-membros e dar ao maior número delas uma chance mais realista de jogar no cenário global”, disse o presidente da Fifa, Giovanni Vincenzo Infantino.
A reunião foi apenas para a Fifa convencer seus membros, não houve nenhuma votação sobre o projeto.
Feasibility studies point to strong economic returns from biennial FIFA World Cup™ cycle
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— FIFA Media (@fifamedia) December 20, 2021
Infantino ainda negou que a Copa a cada dois anos levaria a uma perda de prestígio do torneio, afirmando que “o bolo só fica maior”.
Segundo o OpenEconomics, caso a Copa do Mundo masculina fosse realizada a cada dois anos, seriam gerados mais de US$ 180 bilhões de produto interno bruto (PIB) em um período de 16 anos.
Além disso geraria mais de dois milhões de empregos em tempo integral.
A mudança seria válida tanto para o futebol masculino quanto feminino.
Haveria também a alteração do calendário esportivo, tendo menos viagens e mais períodos de descanso aos atletas.
Os próximos estudos de viabilidade completos serão publicados nos próximos dias, informou Infantino. Porém, ele não se comprometeu a colocar a votação no Congresso da Fifa no Catar em março.
Polêmicas
A Uefa, que coordena o futebol europeu, a Conmebol, que coordena o futebol sul-americano, e diversos clubes europeus e federações se manifestaram totalmente contra essa mudança no calendário do futebol mundial.
Na semana passada, a Nations League anunciou que as seleções da América do Sul jogarão o campeonato a partir de 2024, numa clara reposta da Uefa e da Conmebol à intenção da Fifa da Copa do Mundo a cada dois anos.
Hoje a Nations League é disputada apenas por seleções europeias. Mas a ideia é que as seis sul-americanas melhores ranqueadas – Argentina, Colômbia, Uruguai, Peru e Chile – participassem de uma espécie de 1ª divisão, ou Liga A da Nations.
As outras quatro seleções – Paraguai, Equador, Venezuela e Bolívia – seriam adicionados à Liga B.