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Servidores municipais entram em greve em Florianópolis

Por: Schirlei Alves

11/04/2018 - 16:04 - Atualizada em: 12/04/2018 - 14:20

Os servidores municipais decidiram entrar em greve por tempo indeterminado, em protesto ao projeto de lei “Creche e Saúde Já”, enviado à Câmara de Vereadores na última sexta-feira (6) pelo prefeito Gean Loureiro (PMDB). A decisão sobre a paralisação das atividades foi tomada em assembleia convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem), realizada nesta quarta-feira (11), na Praça Tancredo Neves, no Centro.

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A deliberação sobre a grave ocorreu no final da tarde, após a votação da pauta sobre a data base 2018 que já havia sido discutida em outros encontros com os servidores. A tenda montada pelo sindicato no meio da praça ficou lotada. Alguns servidores precisaram se proteger do sol embaixo das árvores.

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“Todas as comunicações legais já foram feitas, se preocupem agora em organizar os locais de trabalho e as comunidades. A PL tramita em regime de urgência, pode ser votada até sexta-feira, não temos tempo a perder, temos um mundo pra lutar e defender a classe trabalhadora”, incentivou o presidente do Sintrasem, Renê Marcos Munaro.

Após a assembleia, os servidores seguiram em passeata pelo Centro de Florianópolis. “Gean, esquece, não vai ter OS”, gritaram os manifestantes na frente da Prefeitura.

Servidores fazem passeata até a Prefeitura (Foto: Ewaldo Willerding)

Entenda o Projeto de Lei

A polêmica gira em torno da proposta da Prefeitura em abrir três mil vagas em creches e iniciar o atendimento na Unidade de Pronto Atendimento 24h do Continente com a condição de que o serviço seja prestado por meio de Organizações Sociais (OS).

A justificativa de terceirizar a gestão e a mão de obra dos equipamentos públicos é o comprometimento fiscal. A Prefeitura alega ainda que a terceirização economizaria em média R$ 8 mil por aluno.

“Para abrir as 10 creches bem como colocar a UPA Continente para atender a população, o município precisa de mais de 700 novos servidores. Proibida de admiti-los via concurso pela Lei de Responsabilidade Fiscal, a Prefeitura alega que a única forma é viabilizar com Organizações Sociais”, divulgou o Município por meio de nota.

O projeto tramita na Câmara em regime de urgência. Comerciais disparados pelo Executivo nos veículos de comunicação indicando que a solução para a abertura da UPA e das creches depende de aprovação dos vereadores, provocaram discussão entre os parlamentares nas últimas sessões plenárias e irritaram a oposição.

“A OS promete que vai oferecer os serviços por um valor, mas quando não dá conta de manter, pede aditivos. Além disso, a rotatividade de profissionais é maior, o que prejudica o vínculo com a comunidade”, criticou uma servidora da saúde que preferiu não se identificar.

https://youtu.be/OKIqxCvZyAM

 

Prefeitura quer descontar dias parados

A Prefeitura manifestou-se contrária ao movimento dos servidores logo após a deliberação pela greve. Em nota divulgada à imprensa, lamentou a mobilização e alegou que a greve é ilegal, pois entende que “não traz nenhum motivo plausível para paralisação”.

O Executivo reforçou que está preparando ação para questionar a legalidade do movimento e informou que pretende descontar os dias dos servidores faltantes.

 

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Schirlei Alves

Jornalista com 10 anos de experiência. Já atuou em TV, rádio, jornal impresso, digital e assessoria de comunicação.