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Produtos e serviços impactam no custo do sanamento básico, aponta Samae

Presidente do Samae Ademir Izidoro | Foto: Isabelle Stringari

Por: Isabelle Stringari Ribeiro

30/11/2021 - 07:11 - Atualizada em: 30/11/2021 - 07:58

Fazer saneamento no Brasil não é barato. E em tempos de crise (a exemplo da pandemia da Covid-19), se torna ainda mais complexo. Empresas fecharam, trabalhadores perderam o emprego, mas o saneamento básico é indispensável e precisa avançar. Dando continuidade às manutenções, ampliações e modernizações das redes seja qual for o cenário que se apresente. Ocorre que os produtos e serviços utilizados em todo o processo do saneamento, são impactados diretamente pelas variáveis econômicas.

Conforme levantamento apresentado pelo Samae de Jaraguá do Sul, só com a energia elétrica, a autarquia já gastou cerca de R$ 9,9 milhões neste ano, de janeiro a outubro. Em todo o ano de 2020 o gasto foi de R$ 7 milhões. Um aumento de 31%.

Já os combustíveis representaram gastos de R$ 635,3 mil no ano passado, e neste ano, de janeiro a outubro, a gasolina acumula alta de 74% e o diesel de 63%.

O custo dos insumos mais utilizados em saneamento subiu vertiginosamente, destaca o Samae, levando em consideração as últimas compras feitas pela autarquia.

Confira abaixo a relação de produtos e serviços que mais subiram de preço entre 2019 e 2021:

 

O diretor presidente do Samae, Ademir Izidoro, está apreensivo com a pressão inflacionária sobre o custo do saneamento.

“No caso de Jaraguá do Sul, fazer a manutenção em 900 km de redes de água, 600 km de redes de esgoto e 500 km de redes de drenagem existentes, fica muito difícil nesse cenário. Pois além da manutenção, precisamos expandir os serviços de saneamento”, destacou.

Acrescentando que se a inflação continuar nessa escalada, ao menos parte desse custo irá impactar o valor da tarifa. A qual sempre passa por um reajuste em fevereiro.

“Considerando o cenário (econômico) vivido neste ano, pode-se prever um reajuste mais equilibrado em 2022”, ponderou.

 

Tarifa

No início de 2021, as tarifas de saneamento foram reajustadas em 4,77%, quando a Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento (ARIS), recomendou 6,87% para o período de novembro de 2019 a outubro de 2020. Índice que não acompanhou os reajustes médios dos insumos. A tarifa cobrada em Jaraguá do Sul é uma das menores do estado, em cidades com o mesmo porte (ver quadro abaixo).

O diretor da ARIS, Antoninho Luiz Baldissera, está preocupado com o impacto no valor da tarifa em cidades onde os moradores tem menor poder aquisitivo. Segundo o especialista, como não há subsídio para o preço das tarifas de saneamento e com o novo Marco Legal do Saneamento em vigor, os municípios que não investiram em tratamento de água e esgoto, terão dificuldades para arcar com os custos do processo.

“O volume de investimentos é muito grande e isso vai se refletir na tarifa para atender as exigências legais”, disse.

Comparativo das tarifas de saneamento

Fonte: websites das empresas de saneamento, consulta direta, e SNIS.

 

Fonte: websites das empresas de saneamento, consulta direta, e SNIS.

O diretor da ARIS, Antoninho Luiz Baldissera, também demonstrou preocupação com o impacto no valor da tarifa em cidades onde os moradores tem menor poder aquisitivo. Segundo o especialista, como não há subsídio para o preço das tarifas de saneamento e com o novo Marco Legal do Saneamento em vigor, os municípios que não investiram em tratamento de água e esgoto, terão dificuldades para arcar com os custos do processo.

“O volume de investimentos é muito grande e isso vai se refletir na tarifa para atender as exigências legais”, disse.

 

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Isabelle Stringari Ribeiro

Jornalista de entretenimento e cotidiano, formada pela Universidade Regional de Blumenau (FURB).