A Polícia Militar capturou nessa segunda-feira o ex-PM, Ronaldo dos Santos, de 57 anos, expulso da corporação em Santa Catarina, condenado por assassinar cinco pessoas da mesma família em Porto Alegre (RS), incluindo a ex-companheira e o filho do casal, um recém-nascido.
O crime ocorreu em junho de 2016 e ganhou destaque até em nível internacional. Ele, que era subtenente da reserva, e morava em Tubarão, Sul do Estado, foi expulso no ano seguinte após a condenação criminal.
Os corpos foram encontrados no dia 2 de junho em adiantado estado de decomposição no interior da casa de número 335 da rua José Marcelino Martins, no bairro Jardim Itú-Sabará.
Captura
Policiais militares, de Tubarão e Laguna, deslocaram ao bairro Mar Grosso, em Laguna, onde o condenado foi localizado em um apartamento, cumprindo então o mandado de prisão.
Ele foi conduzido até o presídio de Laguna e está à disposição da Justiça.
Vítimas
As vítimas foram Lourdes Felipe (sogra dele), de 64 anos, mãe de Walmyr Felipe Figueiro (cunhado), de 29 anos, e de Luciane Felipe Figueiro (ex-companheira), de 32 anos, além de João Pedro (enteado), de cinco anos, e Miguel (filho dele com Luciane), de apenas um mês.
Os crimes
Segundo denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), quatro pessoas foram assassinadas com um tiro de revólver calibre 22 na cabeça e o bebê morreu por asfixia, “esmagado” pelo corpo da mãe baleada. No caso da morte da mãe da criança, o crime foi qualificado por motivo torpe e por uso de recurso que dificultou a defesa da vítima.
Contra o bebê, o crime é qualificado por motivo torpe, meio cruel e com impossibilidade de defesa da vítima, com o agravante de ser menor de 14 anos e descendente.
Em relação à Lourdes, Walmyr e João Pedro, os crimes foram cometidos para assegurar a impunidade sobre os dois primeiros assassinatos e também com uso de recurso que impossibilitou a defesa das vítimas, entendeu o MP no oferecimento da denúncia.
“A chacina foi praticada mediante surpresa, já que as vítimas estavam em casa e foram surpreendidas pela ação violenta do denunciado, previamente armado. Todos acreditavam se tratar de uma visita amistosa, já que poderia querer visitar o filho – ele morava em Tubarão. Para garantir as mortes, Ronaldo dos Santos deixou o gás do fogão ligado”, detalhou o MP.
Ainda conforme o MP, ele já havia tentado matar Luciane e o bebê, por meio de outras pessoas, que não aceitaram cometer os crimes.
“Ele não aceitava a paternidade de Miguel, fruto de um relacionamento extraconjugal com Luciane, e por pensar que ela se aproveitaria do fato de terem um filho em comum para exigir-lhe dinheiro. Com a intenção de fazer parecer que a motivação do crime pudesse ter ligação com o tráfico de drogas, o ex-policial colocou dez pacotes de maconha e cocaína sob o corpo de Walmir, que seria dependente químico”, concluiu o MPRS.