O homossexual vítima de uma agressão em Jaraguá do Sul conversou com a reportagem do OCP.
O homem de 31 anos mora no Litoral e está na cidade para um treinamento conta que está muito chateado com a situação e que está traumatizado.
“Estou na melhor fase da minha vida, tenho muitas responsabilidades. Eu cuido dos meus pais e tenho primos órfãos que eu ajudo a criar. Minha vida é bem difícil pra um cara tentar me matar na porrada justificando isso por eu ser gay. Inadmissível, triste, traumatizante”, conta.
O homossexual afirma que o agressor teve atitudes homofóbicas enquanto foi agredido na madrugada de sexta-feira (3).
Ele diz ter ficado horrorizado com a atitude do agressor.
“Independente da homofobia ou não, ele me bateu de graça. Ele me seguiu, desceu do carro e começou a dar muita porrada. Ele disse que queria me matar e me chamou de viado”, frisa.
A vítima e uma das testemunhas do caso contaram o que ocorreu no bar em que aconteceram os primeiros atritos.
Na noite de quinta-feira (2), a vítima foi até o bar localizado na rua Reinoldo Rau, no Centro, para fazer um lanche e tomar uma cerveja sozinho.
De acordo com uma amiga da vítima, o agressor chegou no estabelecimento embriagado e estava próximo de um amigo deles, que é bissexual.
A testemunha conta que os dois estavam muito próximos e que todos pensaram que estavam juntos.
Neste momento, a vítima perguntou para o agressor se estava ficando com o amigo bissexual e se ele era gay.
“O nosso amigo bi disse que estava interessado em beijar o cara, mas aí ele começou com todo o repúdio homofóbico”, conta a testemunha, ao ressaltar que em nenhum momento a vítima mostrou interesse ou assediou o agressor.
“Nós estávamos todos lá fora conversando. Numa brincadeira, eu perguntei se ele era gay. Ele respondeu: ‘não, vocês são aberrações da natureza, abominados por Deus’”, afirma a vítima.

Foto: Arquivo Pessoal
Depois de ouvir os xingamentos homofóbicos, a vítima retornou para a roda de amigos. Lá acabou mencionando estava horrorizado com a situação e queria ir embora da cidade.
“Ele entendeu que [a vítima] estava falando mal dos alemães e começou uma discussão bem séria e agressiva verbalmente”, relata a testemunha.
A amiga lembra que a vítima chegou a justificar que é descendente de alemães, pois os avós eram de origem germânica.
“Ele inverteu o que o meu amigo falou para ficar brigando sobre alemão, nacionalidade e também sobre política. Ele respondeu: ‘eu não estou falando mal dos alemães. Essa é a minha história e da minha família também’”, conta a testemunha.
De acordo com a amiga, o homossexual ficou irritado e acabou quebrando uma garrafa de cerveja no chão.
“Aí, esse cara disse que iria esfregar a cara dele no chão, mas o meu amigo deu tchau e foi embora pela Reinoldo”, ressalta.
Ainda, segundo a testemunha, o agressor pegou o carro e saiu do local logo em seguida.
As duas amigas e o rapaz bissexual foram atrás da vítima e todos sentaram na frente de uma loja a uma quadra do bar.
“Foi aí que ele desceu do carro, pegou o rapaz pelo pescoço e começou a socar e socar”, lamenta a testemunha.
Após ser agredido, as amigas levaram a vítima para o Hospital São José. O homossexual levou pontos em um dos supercílios e sofreu diversas escoriações pelo corpo.
Um boletim de ocorrência foi registrado pela Polícia Militar e a Polícia Civil deve investigar as circunstâncias pelas quais ocorreram as agressões.
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