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“Ele disse que queria me matar e me chamou de viado”, conta homossexual vítima de agressão em Jaraguá do Sul

Foto: Arquivo Pessoal

Por: Claudio Costa

05/09/2021 - 13:09 - Atualizada em: 07/09/2021 - 11:14

O homossexual vítima de uma agressão em Jaraguá do Sul conversou com a reportagem do OCP.

O homem de 31 anos mora no Litoral e está na cidade para um treinamento conta que está muito chateado com a situação e que está traumatizado.

“Estou na melhor fase da minha vida, tenho muitas responsabilidades. Eu cuido dos meus pais e tenho primos órfãos que eu ajudo a criar. Minha vida é bem difícil pra um cara tentar me matar na porrada justificando isso por eu ser gay. Inadmissível, triste, traumatizante”, conta.

 

 

 

O homossexual afirma que o agressor teve atitudes homofóbicas enquanto foi agredido na madrugada de sexta-feira (3).

Ele diz ter ficado horrorizado com a atitude do agressor.

“Independente da homofobia ou não, ele me bateu de graça. Ele me seguiu, desceu do carro e começou a dar muita porrada. Ele disse que queria me matar e me chamou de viado”, frisa.

A vítima e uma das testemunhas do caso contaram o que ocorreu no bar em que aconteceram os primeiros atritos.

Na noite de quinta-feira (2), a vítima foi até o bar localizado na rua Reinoldo Rau, no Centro, para fazer um lanche e tomar uma cerveja sozinho.

De acordo com uma amiga da vítima, o agressor chegou no estabelecimento embriagado e estava próximo de um amigo deles, que é bissexual.

A testemunha conta que os dois estavam muito próximos e que todos pensaram que estavam juntos.

Neste momento, a vítima perguntou para o agressor se estava ficando com o amigo bissexual e se ele era gay.

“O nosso amigo bi disse que estava interessado em beijar o cara, mas aí ele começou com todo o repúdio homofóbico”, conta a testemunha, ao ressaltar que em nenhum momento a vítima mostrou interesse ou assediou o agressor.

“Nós estávamos todos lá fora conversando. Numa brincadeira, eu perguntei se ele era gay. Ele respondeu: ‘não, vocês são aberrações da natureza, abominados por Deus’”, afirma a vítima.

Foto: Arquivo Pessoal

 

Depois de ouvir os xingamentos homofóbicos, a vítima retornou para a roda de amigos. Lá acabou mencionando estava horrorizado com a situação e queria ir embora da cidade.

“Ele entendeu que [a vítima] estava falando mal dos alemães e começou uma discussão bem séria e agressiva verbalmente”, relata a testemunha.

A amiga lembra que a vítima chegou a justificar que é descendente de alemães, pois os avós eram de origem germânica.

 

 

“Ele inverteu o que o meu amigo falou para ficar brigando sobre alemão, nacionalidade e também sobre política. Ele respondeu: ‘eu não estou falando mal dos alemães. Essa é a minha história e da minha família também’”, conta a testemunha.

De acordo com a amiga, o homossexual ficou irritado e acabou quebrando uma garrafa de cerveja no chão.

“Aí, esse cara disse que iria esfregar a cara dele no chão, mas o meu amigo deu tchau e foi embora pela Reinoldo”, ressalta.

Ainda, segundo a testemunha, o agressor pegou o carro e saiu do local logo em seguida.

As duas amigas e o rapaz bissexual foram atrás da vítima e todos sentaram na frente de uma loja a uma quadra do bar.

“Foi aí que ele desceu do carro, pegou o rapaz pelo pescoço e começou a socar e socar”, lamenta a testemunha.

Após ser agredido, as amigas levaram a vítima para o Hospital São José. O homossexual levou pontos em um dos supercílios e sofreu diversas escoriações pelo corpo.

Um boletim de ocorrência foi registrado pela Polícia Militar e a Polícia Civil deve investigar as circunstâncias pelas quais ocorreram as agressões.

 

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Claudio Costa

Jornalista pós-graduado em investigação criminal e psicologia forense, perícia criminal, marketing digital, em inteligência artificial e pós-graduando em gestão de equipes.