O presidente da Casa São Simeão, Nelson João de Souza Filho, ocupou a tribuna, na sessão da última terça-feira (24), para falar sobre a situação da entidade e pedir o apoio do Legislativo e da comunidade para a arrecadação de recursos necessários para recuperar a estrutura física e financeira da entidade.
Ele esclareceu que a nova diretoria foi eleita dia 27 de julho e que assumiu no último dia 6. Ressaltou que causou espanto a situação em que encontrou a entidade. “A Casa São Simeão está numa situação muito difícil e teremos um grande trabalho para que ela volte a ser o que foi no passado e poder acolher bem nosso idoso e com a dignidade que ele merece”, enfatizou.
Lembrou que em 2019 a Câmara de Vereadores questionou a administração que estava à frente da entidade na época e afirmou que os vereadores estavam corretos em seus questionamentos. “A casa está deteriorada e sem qualquer condição financeira até para a compra de um liquidificador”, enfatizou, reforçando que a Casa São Simeão precisa da ajuda da sociedade blumenauense.
Disse que quando o Legislativo questionou a antiga administração, enumeraram várias questões que hoje ele está apontando uma por uma e que a situação vai requerer uma longa investigação para ser esclarecida. Afirmou que a casa tem problemas na estrutura, no atendimento e na equipe. Exemplificou que o telhado da igreja está com uma goteira há um ano, o que prejudicou totalmente a parte interna de gesso do prédio, quando a troca de apenas oito telhas teria resolvido o problema. Assinalou também que muitos idosos estão em estado de abandono e que imagina que eles tenham passado por muito sofrimento.
Apontou que a recuperação da estrutura física terá um alto custo e que o caixa atual da entidade é de apenas R$ 2.220,00, dinheiro arrecadado pelas vendas do brechó. Reforçou que a entidade não tem mais dinheiro e tem muitas dívidas com fornecedores, mão de obra e de materiais adquiridos e que vai enfrentar muitos pedidos de demissão de funcionários, que não gostaram de ele ter sido escolhido para gerir o local. “Faço questão de trazer isso aqui, porque sei que alguns dos senhores tentaram achar uma solução e evitar a situação atual em que o São Simeão se encontra”, salientou.
Explicou que a receita da entidade é reduzida e que atualmente abriga 80 idosos e tem 60 funcionários. Disse que toda a ajuda à entidade será bem-vinda, seja por doação de alimentos, de roupas para os internos ou para a venda no brechó. Ressaltou que a recuperação da Casa São Simeão precisa ser rápida para voltar a dar o atendimento digno aos idosos. “Se temos o mundo de hoje e desfrutamos de conforto, é porque esses idosos construíram no passado esse mundo para nós. Queremos novamente que o São Simeão se torne a melhor casa de acolhimento de idosos”, afirmou.
Esclareceu que a nova gestão vai propor a mudança no estatuto interno para impedir que pessoas que se interessem em administrá-la não a tratem com desrespeito ou que não tenham consideração pelo recurso público e alheio. Segundo ele, a mudança do estatuto pretende permitir a representação da comunidade no Conselho Curador e dar poder de voto aos idosos, inclusive para poderem destituir uma diretoria que não funciona.
Por fim pediu que a comunidade se sensibilize e contribua como puder. Disse que a nova diretoria vai promover vários eventos para arrecadar recursos e que espera também contar com a colaboração das empresas. “Tenham certeza de que tudo será revertido aos idosos, aquilo é deles”, afirmou.
Assegurou que tudo que foi deles retirado será tratado com a severidade necessária. “O que aconteceu no São Simeão foi uma catástrofe. Rogo ao arquiteto do universo que sensibilize a todos. Faremos uma casa ainda melhor”, garantiu.
