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Nanovetores, uma razão forte para a difusão de centros de inovação

Por: OCP News Jaraguá do Sul

25/04/2017 - 10:04 - Atualizada em: 25/04/2017 - 10:19

Para a gente ter uma ideia da importância dos centros de inovação que estão sendo construídos em Chapecó, Blumenau, Itajaí e Jaraguá do Sul (este com um Centro UP! para abrigar startups) e do que foi entregue há quase um ano em Lages pelo governador Raimundo Colombo, é fundamental conhecer a história da Nanovetores, um dos destaques da revista Pequenas Empresas Grandes Negócios deste mês. Fundada em 2008, a empresa depois foi incubada no Sapiens Parque, o centro de inovação revolucionário criado pelo ex-governador Luiz Henrique no litoral norte de Florianópolis.

Em resumo, o que a companhia se propôs a criar foi uma tecnologia capaz de aumentar a eficácia dos produtos de beleza, tendo por base os estudos de doutorado em química da sócia Betina Ramos (na foto, à direita). “Para entender como funciona, basta pensar em um creme que tem o objetivo de esconder rugas ou reduzir a celulite. Tradicionalmente, um ativo (como um óleo natural) é aplicado na formulação do cosmético, em um processo de constante interação com os outros compostos do produto, como a fragrância e o conservante. Esse contato resulta na oxidação e, consequentemente, na perda de desempenho do ativo, e o produto não entrega o que promete.

Para resolver o problema, a Nanovetores desenvolveu sistemas de nano e microencapsulação desses ativos. A encapsulação cessa a interação com os demais componentes da fórmula, tornando-a mais estável. Já o uso da nanotecnologia reduz o tamanho do ativo para que penetre melhor na pele, aumentando sua ação”, explica a reportagem da PEGN. Enfrentando todos os desafios de colocar no mercado um produto desconhecido, a empresa captou recursos públicos, colecionou premiações, conquistou contratos no exterior e transformou-se em sociedade anônima, por meio do fundo Criatec.

A coluna foi entrevistar o sócio de Betina, Ricardo Ramos, para saber os desafios dessa trajetória e o que ele aconselha àqueles empreendedores que pretendem colocar negócios tecnológicos inovadores no mercado.

O desafio de ser inovador

Hoje os cosméticos são apenas uma das variantes de negócios da Nanovetores, que fabrica 42 ativos para aplicação em produtos do segmento têxtil, de papel, veterinário, alimentício e fármaco. Vende para 600 clientes no Brasil e um distribuidor exclusivo atende ainda a 4 mil farmácias de manipulação. Os primeiros contratos de exportação foram assinados em 2014, com a União Europeia, Colômbia, México, Peru e Uruguai e a participação em feiras como a In-Cosmetics, a maior do ramo no mundo, abriu as portas para a China e EUA.

Mas o mercado brasileiro responde por 90% do faturamento da empresa, que deve chegar a R$ 20 milhões este ano. “O desafio do empresário inovador é grande. No nosso caso, lançamos uma tecnologia que não existia, feita por uma empresa que não existia, que não tinha marca, nem branding (gestão de marca), nem história, nem reputação. Nada disso é trivial, mas estamos vencendo, ainda que construindo uma história”, ensina o sócio Ricardo Ramos.

Sapiens Parque

Ao falar dos desafios enfrentados pela Nanovetores, o sócio Ricardo Ramos não deixa de destacar a importância de a empresa ter sido incubada no Sapiens Parque. Tanto que no passado, inscrita no Plano de Desenvolvimento e Inovação da Indústria Química, a companhia captou R$ 12,5 milhões para investir em uma nova sede no Sapiens. Assim, deve aumentar a capacidade produtiva instalada de 7 para 20 toneladas por dia.

O centro de inovação é classificado por Ramos como um dos parceiros vitais para que o negócio andasse para frente: “A principal ferramenta para o empresário que quer inovar é buscar parcerias que sejam relevantes e que possibilitem a criação de novos produtos com mais valor agregado, para que a inovação nasça”, diz Ramos.

Mais recursos

“A Nanovetores é um exemplo interessante para quem está começando porque a gente foi buscar recursos nas diversas fontes que estão aí permitidas, seja de subvenção, de empréstimo, seja de capital de fundos de investimento, a gente conseguiu pegar tudo isso, e aplicar bem esses recursos”, lembra Ricardo Ramos. Nos próximos dois anos, ele quer levantar mais R$ 18 milhões com fundos de venture capital para aplicar na ampliação das ações comerciais. Entre as metas, aumentar de 10% para 20% a participação das vendas no exterior e, quando possível, pôr mais gente na equipe: “São 40 pessoas e faltam braços”, afirma Ramos.

Petróleo e gás

Duas empresas catarinenses, a WEG, de Jaraguá do Sul, e a Altona, de Blumenau, apresentaram suas experiências como fornecedoras do setor de petróleo e gás no lançamento do Movimento Produz Brasil, na Fiesc em Florianópolis. A ideia é instituir uma política industrial urgente para reverter a queda sofrida nos últimos anos pela cadeia que fornece a esse setor.

O chefe de vendas da área de energia da WEG, Pedro Filipe Piva, relatou que nos últimos anos foram construídos 200 barcos de apoio e em 80% há equipamentos fornecidos pela companhia. “As regulamentações de conteúdo local não devem ser confundidas como uma ferramenta de defesa de mercado, mas sim, como um importante instrumento de política industrial, que busca a formação de uma cadeia de fornecedores internacionalmente competitiva”, afirmou Piva.

 

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OCP News Jaraguá do Sul

Publicação da Rede OCP de Comunicação