Duas moções de repúdio, de autoria do deputado Jessé Lopes (PSL), causaram divergências entre os parlamentares, na sessão ordinária desta terça-feira (22). As proposições foram aprovadas por maioria de votos.
A primeira, de número 455/2021, manifesta repúdio à decisão do Colégio Aplicação da UFSC, em Florianópolis, por não retomar as aulas presenciais antes do mês de outubro, mesmo após a vacina dos docentes.
“Dinheiro mal investido nessa UFSC”, afirmou Jessé, que criticou o fato da escola estar em aulas remotas desde o início da pandemia. “São vagabundos, é vagabundagem com dinheiro público, falta de noção, de vergonha na cara dos professores, fazendo isso com os alunos.”
A deputada Luciane Carminatti (PT) saiu em defesa do colégio e leu manifestação da associação de pais e professores (APP) da escola, na qual o grupo contesta as informações da moção do parlamentar e garante seguir as recomendações da ciência.
“O foco central é que se tivéssemos vacina, não estaríamos discutindo essa moção, estaríamos com escolas e universidades abertas”, opinou a deputada.
Bruno Souza (Novo) e Sargento Lima (PL) defenderam a aprovação da moção. Bruno citou pesquisas que apontam os prejuízos causados às crianças e adolescentes com a suspensão das aulas presenciais.
Para ele, os professores do Colégio de Aplicação apelam a um privilégio – a vacinação para a retomada – que outros trabalhadores não tiveram. “O Sudão do Sul voltou com as aulas presenciais. O Colégio de Aplicação, não”, ironizou.
A outra moção, de número 456/2021, manifesta repúdio à distribuição irregular de material financiado por partidos políticos, sindicatos e outros movimentos, disseminando informações inverídicas, com o objetivo de manipular a opinião pública em desfavor do presidente Jair Bolsonaro. A proposição foi aprovada com 12 votos sim, oito não e uma abstenção.
Fabiano da Luz e Luciane Carminatti, ambos do PT, lembraram que manifestações contra o presidente da República sempre ocorreram. “É a livre expressão do pensamento, precisam aprender a lidar com a democracia”, disse Luciane.
Jessé Lopes afirmou que houve irregularidade porque a distribuição do material ocorreu dentro de repartições públicas. Os responsáveis, segundo ele, foram partidos de esquerda e sindicatos trabalhistas. “Façam oposição com inteligência e não com um monte de jargão mentiroso”, comentou.
Fonte: Agência Alesc