De acordo com uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa, vinculado ao Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, a administração do medicamento Tofacitinibe, da farmacêutica Pfizerreduz, reduz em 37% o risco de morte e de falência respiratória em pacientes hospitalizados por conta da Covid-19.
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O medicamento é comercializado com o nome Xeljanz e é indicado para o tratamento de artrite reumatoide, artrite psoriásica e retocolite ulcerativa.
A descoberta foi publicada nesta quarta-feira (16) no periódico científico The New England Journal of Medicine (O Novo Jornal de Medicina da Inglaterra), sendo considerado padrão-ouro. Porém, segundo a pesquisa, o medicamento só tem eficácia em pacientes de grau moderado.
O estudo iniciou em outubro do ano passado e o medicamento usado foi o Tofacitinibe por via oral. Foram analisados 289 pacientes em 15 hospitais parceiros e foi possível observar a queda do agravamento e risco de morte em relação aos pacientes que tomaram placebo.
O diretor da Academic Research Organization (Organização de Pesquisa Acadêmica), Otávio Berwanger, explica qual era a suposição deles em relação ao estudo com os pacientes.
“A nossa hipótese era: se pegar um paciente com PCR positivo e pneumonia, nos primeiros três dias de internação, der o tofacitinibe e conseguir evitar que essa pessoa deteriore o quadro clínico, é possível reduzir o risco de morte ou falência respiratória” disse Ótavio.
“Nesse estudo, todos os pacientes recebiam o tratamento padrão, as medidas de suporte recomendadas, mas, em cima disso, randomizamos as pessoas, metade recebeu placebo e metade, tofacitanibe. A gente viu que, nesse grupo de pacientes, ao longo de 28 dias, houve uma redução de 37% no risco de morte ou de falência respiratória. Confirmamos o benefício do uso do tofacitinibe para evitar a tempestade de citocinas e o benefício dessa medicação para tratar esses pacientes.”
De acordo com Berwanger, um ponto positivo foi o medicamento estar reagindo a pessoas medicadas e que 90% desses pacientes estavam sendo tratados com corticoides, como a dexametasona.
“Uma coisa interessante é que funcionou com os tratamentos convencionais. Outros estudos foram feitos com imunomodulador. A diferença desse é que o benefício ocorre em cima do corticoide. O resultado é muito motivante e positivo. E neste estudo, a medicação foi muito segura. Os eventos adversos graves foram semelhantes ao do grupo placebo.”
Por mais que seja uma grande descoberta, Ótavio lembra que esse medicamento não é um nova forma de combate ao vírus e nem todo paciente pode tomar.
“A medicação foi utilizada em pacientes que não tinham contra-indicações, na dose correta, com acompanhamento diário dos pesquisadores e em ambiente controlado e no hospital. Neste momento, está saindo o resultado da pesquisa.”