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Criação da Procuradoria Especial da Mulher gera polêmica entre deputados catarinenses

FOTO: Vicente Schmitt/Agência AL

Por: Elissandro Sutil

16/06/2021 - 09:06 - Atualizada em: 16/06/2021 - 09:41

Por maioria de votos, foi aprovado nesta terça-feira (15) o Projeto de Resolução (PRS) 7/2020, que cria a Procuradoria Especial da Mulher na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. O assunto dividiu opiniões no Legislativo.

O órgão, que ficará vinculado à Presidência da Alesc, terá como finalidades a defesa e a promoção da igualdade de gênero, da autonomia, do empoderamento e da representação das mulheres, além do enfrentamento da discriminação e da violência contra a mulher.

A procuradoria será composta por uma procuradora e uma procuradora-adjunta, eleitas pelas deputadas, com mandato de dois anos, vedada a recondução. As funções atribuídas às procuradoras não serão remuneradas.

A proposta de resolução, de autoria da Mesa Diretora da Assembleia, atribui várias competências à procuradoria, entre elas o recebimento, o exame e o encaminhamento, aos órgãos competentes, de denúncias de violência e discriminação contra a mulher; fiscalizar e acompanhar a execução de programas governamentais voltados à promoção da igualdade de gênero; fomentar a participação das mulheres na política; promover eventos, pesquisas, campanhas educativas referentes à sua área de atuação; entre outras.

O pedido para a criação da Procuradoria Especial da Mulher partiu da deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania) e da deputada Ada de Luca (MDB), coordenadora da Bancada Feminina da Alesc. Ada citou que vários parlamentos contam com esse órgão.

“As deputadas da bancada entendem que a procuradoria será fundamental, será um ponto de referência para muitas e muitas mulheres que precisam de ajuda”, comentou a deputada. “A procuradoria vai trabalhar em conjunto com o Observatório Estadual da Violência contra Mulher.”, complementou Ada.

A deputada Ana Campagnolo (PSL) se posicionou contra a criação da procuradoria. Para ela, a estrutura seria desnecessária, uma vez que a Assembleia já conta com procuradoria própria, além da Escola do Legislativo, para desenvolver ações voltadas à mulher. Ela criticou o fato de apenas as deputadas terem direito a voto na eleição da procuradora.

“Se somente homens pudessem votar, com isso seria absurdo”, comentou Ana. “Sou mulher e não concordo com essa procuradoria. Não entendo a necessidade”, completou a parlamentar, que apresentou outro projeto de resolução, para a criação da Procuradoria Especial do Homem na Alesc.

Jessé Lopes (PSL) também foi contra a proposta. “Não há custos para a criação da procuradoria, mas acho um projeto inócuo, nada que a Bancada Feminina já não possa oferecer”, disse. “Não é por aqui que nós vamos conseguir resolver [o problema da violência contra a mulher].”

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Elissandro Sutil

Jornalista e redator no OCP