Foi lançada nesta quinta-feira (20) a reedição da pesquisa Elemento Suspeito, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC). O objetivo é conhecer a incidência de abordagens policiais nas ruas do Rio de Janeiro, levando em conta idade, raça e território, além de verificar a qualidade dessas interações e as opiniões de diferentes setores da população sobre a polícia.
A primeira edição, feita entre 2003 e 2005, apontou que 55% das pessoas negras abordadas eram revistadas, enquanto entre os brancos o índice era de 33%. As revistas corporais ocorriam em 77% das pessoas paradas a pé e em apenas 20% dos parados em carros particulares. Agora, os pesquisadores procuram saber o que mudou nessas quase duas décadas nas políticas e nas práticas de policiamento.
O primeiro boletim da pesquisa atual, Elemento Suspeito: racismo e abordagem policial no Rio de Janeiro publicado hoje, apresenta a metodologia que será seguida, como a formação de um conselho para assessorar os pesquisadores e como serão tratadas as faltas de resposta por parte das autoridades policiais.
A pesquisa vai incluir um levantamento quantitativo sobre a proporção de pessoas abordadas, a qualidade da interação policial e opiniões a respeito das polícias e das operações policiais.
Na parte qualitativa, serão explorados aspectos sobre as perguntas que os policiais fazem nas abordagens, o que caracteriza uma revista humilhante, qual é a sensação de ter uma arma apontada para você e como é se sentir o elemento suspeito em uma abordagem policial.
O lançamento ocorre na semana em que a morte do menino João Pedro, em São Gonçalo, completa um ano e às vésperas do aniversário de morte do americano George Floyd, em Mineápolis, ambos vítimas de violência policial.
Esta será a primeira pesquisa do CESec, fundado em 2000 na Universidade Cândido Mendes, que terá como tema principal o racismo.