O boxeador Paulo Soares iria defender o cinturão da Organização Mundial de Boxe (WBO) nesta quinta-feira (1), em Los Mochis, no México, contra o anfitrião Alan Solis.
Mas o brasileiro foi barrado na imigração na cidade do México, ficou 24 horas detido no aeroporto da capital mexicana e não conseguiu lutar, perdendo o título de campeão latino-americano.
“Na imigração, me chamaram para uma entrevista que nunca aconteceu. Me colocaram numa sala onde fiquei por duas horas e não podia nem conversar com eles, pois só me mandavam sentar. Depois fui conduzido para uma outra sala que mais parecia uma cadeia. Nunca estive em uma cela, mas já vi pela televisão. E fiquei lá por 24 horas aguardando o próximo voo de volta para o Brasil”, disse.
Soares viajava com seu técnico Ulysses Pereira e Mike Miranda Júnior, representante do Conselho Nacional de Boxe. Apenas Ulysses conseguiu passar pela imigração depois de apresentar um visto dos Estados Unidos.
O lutador garante possuir toda a documentação exigida pelo México para entrar no país, mas que um erro cadastral teria sido o principal motivo de ser barrado no aeroporto.
“Eles não pediram nada para gente, nem exame de covid nem nada. Não tem nenhuma relação com a pandemia, porque não me falaram nada”, contou.
Apesar da ausência do brasileiro, o evento foi mantido com outro lutador em seu lugar.
“Essa é a maior sacanagem de todas. A WBO tomou essa decisão e os representantes do Conselho Nacional de Boxe não tiveram forças para falar algo. Não tem como eu contestar ou brigar com um órgão mundial. É algo que está longe da minha alçada”, finalizou.