Pagando cada vez menos e operando com rendimentos abaixo da inflação, a caderneta de poupança ainda assim segue como uma das principais modalidades de investimento do brasileiro – e cresceu na pandemia, segundo reportagem da Folha de São Paulo.
50,4 milhões de novas contas desta modalidade foram abertas entre maio e dezembro do ano passado – período do auxílio emergencial – indicando que parte do benefício foi usado para alimentar a poupança.
No entanto, os dados do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) indicam que a maior parte da captação para a poupança não foi nestas novas contas, com saldos de até R$ 5.000, mas em contas antigas, com saldos entre R$ 20 mil e R$ 150 mil – e que estas novas contas tem pouca capacidade de sustentar seus signatários após o fim do benefício: o saldo médio delas foi de apenas R$ 415.
Em 2020, os investidores depositaram R$ 166,31 bilhões a mais do que retiraram da aplicação.
O resultado foi o maior já registrado para um ano desde o início da série histórica, em 1995. Em 2019, a captação líquida – diferença entre depósitos e retiradas – tinha ficado em R$ 13,33 bilhões.
O recorde anterior tinha sido registrado em 2013, quando a aplicação financeira tinha captado R$ 71,05 bilhões.
Apenas em dezembro, os brasileiros depositaram R$ 20,61 bilhões a mais do que sacaram da poupança. O valor é recorde para o mês desde o início da série histórica.
Tradicionalmente, os brasileiros depositam mais na caderneta em dezembro, por causa do pagamento da segunda metade do décimo terceiro salário.
A aplicação começou 2020 no vermelho. Em janeiro e fevereiro, os brasileiros retiraram R$ 15,93 bilhões a mais do que depositaram.