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Covid-19: “O sistema está entrando em pânico”, diz criciumense que mora na Itália

Foto: reprodução/internet

Por: OCP News Criciúma

30/10/2020 - 11:10 - Atualizada em: 30/10/2020 - 12:25

“Da medo, da muito medo de sair na rua, de frequentar os lugares, é um momento de muita insegurança”. O relato da criciumense Mariana Giassi, atualmente moradora da cidade de Verona, na Itália, retrata a situação vivida pelo país em relação a Covid-19. A Itália registrou 26.831 novas infecções por Covid-19 nas últimas 24 horas, sendo o maior aumento de infecções, elevando o saldo total de positivos desde o início da crise na Itália.

Os dados revelam que o número de mortes também tem aumentado, nesta quinta-feira (29) foram 217 óbitos. “Nós estamos voltando a viver o mesmo drama do começo do ano e isso dá medo. Aqui eles falam na televisão que a gente já está chegando na quarta fase que é aquela em que a pandemia está saindo fora do controle”, conta a criciumense.

Mariana afirma que o sistema de diagnóstico de novos casos também tem sofrido colapso. “Vou te dar o meu exemplo eu fiz o exame, aquele em que eles utilizam o cotonete no nariz e boca e só tive resposta uma semana depois, isso quer dizer que o sistema está em pânico, uma semana para o resultado é muito tempo. São atrasos nos exames, nos resultados, a coisa está sim saindo do controle aqui”, relata Mariana.

Mariana em visita a Milão antes da pandemia

Para a criciumense, falta de respeito e de medo do vírus geraram a nova crise

“Na minha opinião, uma opinião pessoal, nós voltamos ao estado que estávamos por conta da desatenção das pessoas e ainda, pela falta de respeito e de não acreditar no que o vírus pode fazer”, conta a criciumense. Segundo Mariana, muitas atividades habituais foram retomadas, as pessoas voltaram a se reunir em bares, restaurantes, praças, praias e isso contribuiu com o aumento no número de casos.

“Muitas pessoas voltaram a sair e saiam com a máscara abaixada o que não adianta. Eu sinto muito por tudo isso, mas temos que aceitar que a culpa, em grande parte foi nossa, dos cidadãos que subestimaram o vírus nesse período de verão aqui”, completou Mariana.

Outro problema, segundo a criciumense, foi a abertura das fronteiras durante o período de verão o que também influenciou no aumento de casos. “Nesse verão a gente voltou a viver quase que com todas as atividades normalmente”, relata.

Restrições e um cenário de incertezas

Além do medo de contrair a Covid-19, os italianos tem lidado com a incerteza de medidas sanitárias e restrições. “As informações que eles dão não duram no tempo. Eles te dão uma informação hoje e daqui dois dias ela já não vale mais”, conta Mariana sobre as medidas de combate ao coronavírus adotadas pelo governo.

A criciumense acredita que o país esteja próximo de decretar um novo lockdown. “Alguns dizem que após o feriado de finados vai fechar tudo de novo, outros dizem que eles estão esperando chegar as férias de natal para fechar tudo”, relata a moradora de Verona.

No país o uso de máscara e álcool gel também são obrigatórios, assim como no Brasil. “Quem pode ainda está trabalhando em casa, em home work, mas não são todos. Nas escolas também há restrições, alguns dias as aulas são presenciais, em outros fazem vídeoaula em casa. Quando vamos levar as crianças até a classe não podemos cruzar com outros pais, os alunos precisam utilizar máscara e mesmo assim ainda há alarmismo em relação as escolas que estão prestes a ser fechadas de novo”, relata.

Protestos contra o fechamento do comércio tem assustado italianos

Centro comerciais e lojas seguem abertos no país, mas com controle do número de consumidores, já os bares e restaurantes precisam fechar as seis horas da tarde. “Em algumas cidades como Roma e Napoli estão tendo manifestações muito grandes e violentas. O povo está começando a reagir porque o governo para tudo, para empresas, mas não está dando a devida ajuda que foi prometida no começo do ano”, conta a criciumense. “A maioria das empresas aqui faliu, teve que fechar e nós não vemos uma luz no fim do túnel”, completou.

Hospitais próximos da lotação

“Nós não chegamos ainda a superlotação dos hospitais, pelo que percebo ainda temos alguns leitos de Unidade de Terapia Intensiva, mas vejo que estamos muito próximos da lotação máxima”, conta Mariana. O número de pessoas internadas com sintomas de coronavírus aumentaram em 1.098 desde ontem, para um total de 17.615, e dessas, 1.651 estão em Unidades de Terapia Intensiva.

Os dados mostram que a região mais afetada continua sendo a Lombardia (norte), epicentro desde o início da crise na Itália, com 7.339 novos casos, a maioria deles na capital, Milão, e em Monza.

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