Pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia em 2014, com 1.506 pessoas entre 40 e 69 anos, mostrou que 59% dos homens já tiveram problema de ereção. Desses, 12% convivem com a dificuldade de forma recorrente. Além de abalar a autoestima, a disfunção erétil pode ser o primeiro sinal para outras doenças do sistema circulatório. Medicamentos que estimulam a ereção, como o Viagra e o Cialis, surgem como aliados. Porém, uma nova forma de usar estas substâncias vem dividindo as opiniões da comunidade médica.
O coordenador geral do Departamento de Andrologia e Sexualidade Humana da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), Eduardo Bertero, divulgou um alerta ao público masculino destacando que a técnica de implante de Viagra no corpo é um perigoso tiro no escuro, já que não se conhece ainda a extensão de suas consequências. O procedimento que passou a ser adotado há cerca de um ano no Brasil é visto com grande receio pelos profissionais da área e é defendido por pouquíssimos profissionais.
O implante consiste em pequenas incisões feitas nas nádegas do paciente, onde são inseridas cerca de dez cápsulas, do tamanho de grãos de arroz, cada uma com uma substância. Elas contêm Viagra, testosterona e outros elementos químicos que os profissionais que fazem o implante dizem ser necessários para evitar efeitos colaterais.
A ideia é de que as substâncias, em especial o Viagra, seja liberadas em pequenas doses e de forma contínua no corpo, fazendo com que o paciente que tenha dificuldades volte a ter ereções, ou potencialize os resultados, sem precisar tomar a pílula azul toda vez que for ter relações sexuais. O implante custa entre R$ 1.500 e R$ 4 mil, e o efeito se prolongaria por uma média de seis meses.
Bertero diz que a versão de que o Viagra seria liberado aos poucos é difícil de ser comprovada, porque o princípio do medicamento é justamente oferecer um pico de funcionamento, que dura cinco ou seis horas. “Como se faz para liberá-lo aos poucos, eu não sei. Ele não é como um hormônio”, observa o médico.