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Sonegação de imposto é de R$ 10,8 bilhões em SC, diz secretário da Fazenda

Secretário da Fazenda, Paulo Eli | Foto Rodrigo de Souza/Divulgação

Por: Elissandro Sutil

22/11/2019 - 16:11 - Atualizada em: 22/11/2019 - 17:46

O secretário de Estado da Fazenda Paulo Eli confirmou nesta sexta-feira (22) por meio de nota oficial divulgada à imprensa que a sonegação de impostos em Santa Catarina seria de R$ 10,8 bilhões.

Na nota, o secretário cita como exemplo o contrabando de cigarros no estao, que já dominaria 54% do mercado catarinense e causaria um prejuízo de R$ 140 milhões por ano.

Eli ainda anuncia as ações do governo para combater a sonegação, como ferramentas de inteligência artificial e a Nota Fiscal ao Consumidor Eletrônica (NFC-e) a partir de 2020.

Veja a nota na íntegra:

“O secretário de Estado da Fazenda (SEF/SC), Paulo Eli, esclarece que o combate a crimes contra a ordem tributária e de sonegação fiscal deve ser priorizado e continuamente aperfeiçoado pelo Governo do Estado.

As estimativas de sonegação de Santa Catarina sempre geraram controvérsias. De um lado, muitos negando a existência da mesma no Estado. Entretanto, os fatos demonstram claramente que, assim como a nível nacional, a prática é frequente.

Segundo estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), a economia informal no Brasil corresponde a 20% do Produto Interno Bruto (PIB), causando prejuízos de R$ 1,173 trilhão ao ano.

Em Santa Catarina, o PIB oficial estimado para 2019 é de R$ 320 bilhões. O PIB real, acrescentando os 20% da economia informal não-tributada, chegaria a R$ 384 bilhões, ou seja, R$ 64 bilhões a mais. Considerando a alíquota de ICMS de 17%, a sonegação chega a R$ 10,88 bilhões somente com a informalidade.

A sonegação fiscal é uma prática do mercado que prejudica os bons contribuintes. Só para se ter uma ideia, o contrabando de cigarros já tem 54% do mercado catarinense, causando um prejuízo de R$ 140 milhões por ano. Em cinco anos, um único produto representa perda de R$ 700 milhões.

Todos os trabalhos da equipe estratégica da SEF/SC são baseados em estudos técnicos. O projeto do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), em andamento, prevê a contratação da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) para periciar e levantar o valor real de mercado dos imóveis de Santa Catarina e comparar com a Declaração de Informações Econômico-Fiscais (DIEF/ITCMD) apresentada pelo contribuinte.

Somente com este imposto, que corresponde a 2% da arrecadação própria, a expectativa é elevar dos atuais R$ 330 milhões anuais para mais de R$ 600 milhões. Em suma, incremento de R$ 270 milhões ao ano o que, em cinco anos, totaliza R$ 1,350 bilhão.

Para 2020, a SEF/SC irá implantar o projeto da Nota Fiscal ao Consumidor Eletrônica (NFC-e) que será emitida no Sistema de Administração Tributária (SAT), em substituição ao Emissor de Cupom Fiscal (ECF) para facilitar os controles fiscais, principalmente de estoques de mercadorias e das malhas fiscais. Em fase de conclusão, a estimativa é que o novo projeto gere aumento considerável no ICMS, superior a R$ 2,5 bilhões ao ano.

Estas são somente algumas ações que estão sendo trabalhadas diuturnamente pela equipe técnica da SEF/SC, com o objetivo de fazer justiça tributária.

O Governo do Estado está investindo na utilização de ferramentas de inteligência artificial para o combate às fraudes fiscais, com foco tanto na economia informal quanto em empresas que atuam no Estado e não recolhem ICMS, seja por ação de fraudes fiscais e contábeis estruturadas ou de planejamento tributário para não recolher tributos, caracterizando-se como devedores contumazes.

O combate à sonegação fiscal é essencial para que Santa Catarina continue sendo um Estado pioneiro, próspero, com a menor taxa de desemprego do país e com cada vez mais qualidade de vida para os catarinenses.”

 

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Elissandro Sutil

Jornalista e redator no OCP