Uma parceria entre duas escolas estaduais trouxe resultados no âmbito educacional em Jaraguá do Sul. Alunas do magistério da Heleodoro Borges auxiliaram alunos de séries iniciais com defasagem de aprendizagem na Julius Karsten, no bairro Rau.

Diretora da escola Julius Karsten, Margarete Luzzani | Foto Gabriel Junior/OCP
A ideia de trabalhar em conjunto surgiu a partir das reuniões de Conselho de Classe realizadas na escola Julius Karsten, segundo a diretora Margarete Luzzani. “Percebemos que havia uma defasagem de aprendizagem dos alunos nas séries iniciais. Com a parceria, as turmas que fazem o curso do magistério teriam uma prática pedagógica e, com a orientação de alguém aqui da escola e de uma professora do magistério, poderiam desenvolver este trabalho. Foi bastante válido. As professoras passaram os nomes das crianças com dificuldade para a assessora, fizemos bilhete e organizamos os horários”, conta. Duas vezes por semana as estudantes do magistério comparecerem até a escola para trabalhar com os alunos no contraturno em que estudam.

Assessora de direção da escola Julius Karsten, Mara Regina dos Santos | Foto Gabriel Junior/OCP
A assessora de direção da escola Julius Karsten, Mara Regina dos Santos, lembra que a proposta de ter um espaço e horário de aula de reforço para alunos com dificuldade no contraturno já era discutida há bastante tempo na escola, mas não foi efetivada por falta de pessoal adequado para atender esses alunos. Por meio da análise de gráficos e conversas no conselho de classe das séries que estão finalizando o primeiro ciclo de alfabetização, foi constatado que algumas crianças não estavam lendo e apresentavam dificuldades na escrita.
Desenvolvido de forma dinâmica, por meio de jogos e brincadeiras, e com atividades escritas para desenvolver as dificuldades dos 22 alunos, a proposta trouxe resultados positivos para ambas as escolas e o intuito é continuar com o projeto em 2018, atingindo mais alunos e mais séries. “A prioridade é para as turmas iniciais, porque estão no processo de alfabetização. A nossa proposta é que quando eles entrem no quinto ano, que é o segundo ciclo, não tenham essa dificuldade de agora e que do 6º ao 9º já estejam totalmente alfabetizados”, disse Mara.

Orientadora de estágio da escola Heleodoro Borges e professora de língua português e literatura, Maria de Fátima Santana | Foto Gabriel Junior/OCP
O projeto piloto iniciou em outubro, no último bimestre deste ano, e encerrou nesta quinta-feira (30). Foram realizadas dez aulas com os alunos dos 2º e 3º anos, ressalta a orientadora de estágio da escola Heleodoro Borges e professora de língua portuguesa e literatura, Maria de Fátima Santana.
“Para trabalhar as dificuldades, as professoras desenvolveram atividades para conhecer os alunos em suas particularidades (dificuldades) e estimular o interesse pela leitura e escrita. Alguns alunos até foram encaminhados para um especialista na área da saúde para outra avaliação”, afirma.

Aluna do magistério, Debora Adriana Bortoncello | Foto Gabriel Junior/OCP
Cursando o terceiro semestre, a aluna do magistério, Debora Adriana Bortoncello, afirma que o projeto foi mágico, mesmo já possuindo um pouco de experiência em lecionar. “Já tive oportunidade de dar aula em outra escola. Tive uma turma de quarto ano bem agitada. Como no projeto os alunos têm um pouco mais de dificuldade, e são de segundo e terceiro anos, tivemos um outro tipo de parecer. Alguns tinham mais agilidade para fazer as atividades, outros não. Temos que ter um olhar geral e uma atenção para cada um deles. Por eu ser carinhosa, eles conseguiram se adaptar comigo”, comenta.
Debora conta que, com um dos alunos, precisou sentar ao lado para fazer a explicação. “Vi que ele tinha dificuldade para identificar as letras e notei que evoluiu muito nesse tempo. Fiquei admirada na última aula, porque ele conseguiu fazer todas as atividades”, comemora. ”O amor e o carinho são fundamentais. Chamo atenção, mas mostro o correto para o aluno. Muitas vezes a criança acaba se abrindo com o professor e ele está ali também para conversar”, comentou.

Projeto foi aplicado com alunos dos 2º e 3º anos | Foto Gabriel Junior/OCP
Sete alunas do curso magistério participaram da experiência. “Para nós é importante que as meninas do magistério estejam em contato com a prática pedagógica. E esse contato faz com que evoluam e agreguem aprendizado, pois o magistério foca em prático e teórico”, comentou a orientadora de estágio Maria de Fátima.