A Secretaria de Assistência Social e Habitação, Fórum da Comarca de Jaraguá do Sul e Ministério Público promoveram palestras alusivas ao Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher na tarde dessa sexta-feira (24) no Centro de Convivência Arnoldo Leonardo Schmitt, no pavilhão C do Parque Municipal de Eventos. A iniciativa, prestigiada por aproximadamente 200 pessoas contou com a participação de representantes da Justiça, Ministério Público e da própria Assistência Social. Também ocorreu na ocasião o lançamento da cartilha “Paz nos Lares – Felizes para Sempre?” publicação sobre violência doméstica numa parceria entre Ministério Público de Santa Catarina, Poder Jurídico Estadual, Defensoria Pública do Estado e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – Subseção de Jaraguá do Sul.
A secretária de Assistência Social da PMJS, Maria Santin Camello avaliou o encontro no Centro de Convivência. “Na realidade é uma conscientização em relação ao próprio Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher que é lembrado nesse sábado (25). A ideia de fazermos este evento é que nos preocupa muito essa questão”, avaliou. “Acho tanto as palestras como o lançamento dessa cartilha Paz nos Lares tem muito haver com esse contexto Acho que chega um momento que nós, mulheres, precisamos reunir e dar um basta para isso”, reiterou.
Segundo a secretária hoje o o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) no município desenvolve um trabalho com mulheres vítimas de violência. “Hoje, atendemos 258 famílias nos grupos aonde são feitos esses atendimentos”, destacou.
Uma das palestrantes da tarde foi a juíza da 1ª Vara Criminal do Fórum da Comarca de Jaraguá do Sul, Anna Finke Suszek, que também fez uma reflexão sobre o tema.”É um dia muito importante para a comunidade que trabalha com violência doméstica”, ponderou a magistrada que em sua fala aos presentes enfocou três pontos básicos neste contexto. “Primeiro passo é reconhecer o que é violência doméstica e às vezes as pessoas tem dúvidas sobre o que é e o que caracteriza isso. Segundo passo é decidir mudar e o terceiro passo é realmente agir por uma mudança para encerrar a violência para que não aconteça mais.”
Anna também aponta que esse ano já foi registrado na Comarca de Jaraguá do Sul 1600 boletins que são referentes a violência doméstica. “Mas não necessariamente que isso reflete um crescimento. Reflete um fato que as pessoas estão buscando uma solução para essa situação”, explicou.
A juíza afirmou que a violência contra a mulher é questão cultural “Isso acontece em todos os lugares e em Jaraguá não é diferente. Não diria que não é nem pior nem melhor o panorama na nossa cidade”.
Já o promotor de Justiça, Belmiro Hanisch Júnior, que também falou os presentes, acredita que o aumento deste tipo de violência acaba sendo normalmente vinculado a uma série fatores. “Situações como consumo de bebida alcoólica, a instabilidade financeira da família e à própria questão do machismo é o que prepondera para esse tipo de ocorrência”, disse o promotor. “ Então, juntar tantas pessoas assim com o mesmo objetivo se mostra a importância que é dada pelo poder público e também pela comunidade a esse assunto tão sensível para gente”, analisou o promotor.
Além das palestras, o encontro sobre o Dia da Não Violência Contra a Mulher, contou com a apresentação artística do Grupo Gats, de Jaraguá do Sul.
*Com informações da Prefeitura de Jaraguá do Sul