Mesmo sem a melhora estimada para a economia brasileira em 2017, o prefeito de Schroeder, Osvaldo Jurck (PSDB), avalia o primeiro ano de seu segundo mandato consecutivo como positivo. Além de manter as contas equilibradas, com pagamento a fornecedores e compromissos com servidores em dia, o administrador formado em ciências contábeis destaca a existência de mais de dez obras em andamento na cidade.
Sendo o único prefeito reeleito na região, o tucano se volta neste mandato ao desenvolvimento econômico do município, o que passa pela finalização de ferramentas de planejamento, como o Plano Diretor. Além disso, Jurck, que está em seu terceiro mandato, deve analisar no próximo ano possíveis benefícios fiscais para a atração de novos empreendimentos, mas sem esquecer as empresas que atuam na cidade. “Elas que nos dão vida de momento”, declara.
Em relação aos projetos que alteram benefício de servidores – aprovados nesta quarta-feira (20) na Câmara de Vereadores –, Jurck diz que está tranquilo e pretende efetuar novas mudanças no próximo ano. Quanto ao adicional por tempo de serviço, quer “amarrar” a concessão do benefício proporcionalmente ao número de faltas e atestados de cada servidor. A ideia é que receba integralmente o adicional aquele servidor que, por exemplo, não apresentar faltas ou atestados em determinado período, um mecanismo que ainda será criado.
Já com a folga no orçamento projetada com a aprovação dos projetos apresentados, o prefeito pretende aumentar os salários dos cargos com as menores remunerações do município – cerca de R$ 1,3 mil –, como zeladores, merendeiras, coveiro, entre outros. “Compromisso já assumido, o sindicato também sabe disso”, diz o tucano. Em entrevista ao OCP, o prefeito ainda falou sobre ações do governo e projetos para 2018.
Que avaliação o senhor faz desse primeiro ano do segundo mandato consecutivo?
Foi uma situação única para a gente, nunca estive em continuação de mandatos, então nosso município, a gente já estaria entregando ele equilibrado, fiz um bem para mim mesmo nesse caso. E a equipe também, houve algumas alterações, não muitas, talvez seja um dos motivos que eu tenho que reavaliar por que deu certo em um certo período, a gente tem que dar um novo ânimo, mas como era um início, acho que até apesar de ser continuidade era bom encaminhar agora. De maneira geral acho que a gente tem conseguido levar ao natural, todas as áreas funcionaram bem, ajustes são coisas que fazem parte e vejo que ano que vem vai ser um ano muito positivo.
E quanto à situação econômica?
Foi um ano difícil a nível federal a gente sabe que está uma bagunça lá em cima e nós temos que nos virar. A gente conseguiu fechar bem (o ano), estamos com as coisas rigorosamente equilibradas, a parte de fornecedores, a parte referente a servidores, então foi bem e apesar disso ainda conseguimos fazer boas obras. Tanto que nesse momento devemos estar com 13, 14 obras em andamento, sala de aula, reforma e ampliação da nossa Polícia Civil, Polícia Militar, pórtico, Procon, ampliação de posto de saúde, tem diversas situações andando. A gente conseguiu levar, apesar de não termos muito apoio de fora, Estado e federal, mas a demanda a gente conseguiu atender, então fico contente, foi um ano bom, apesar da situação como um todo.
“Foi um ano difícil. Em nível federal, a gente sabe que está uma bagunça
lá em cima e nós temos que nos virar. A gente conseguiu fechar bem (o ano),
estamos com as coisas rigorosamente equilibradas.”
Tendo sido reeleito, o senhor assumiu com a proposta de focar o segundo mandato no desenvolvimento econômico do município. O que já foi encaminhado neste sentido?
Nós estamos bem acelerados com o DEL (Programa de Desenvolvimento Local), que é uma parceria com a associação comercial através da Facisc (Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina), onde a gente faz um diagnóstico do município. Essa fase já está concluída, existe toda participação não só do poder público, mas da classe empresarial, de entidades, para nós formatarmos um bom planejamento. Agora temos formadas seis câmaras que vão discutir assuntos específicos, e em cima disso depois a apresentação de projetos até para captação de recursos. A outra que nós sempre tínhamos bastante dificuldade é o acesso, pela rua Rio de Janeiro, que essa semana concluímos a pavimentação, que dá acesso pela Rodovia do Arroz. Isso dá um grande diferencial agora de agilidade, de tráfego de veículos, não somente a nível de Schroeder, mas a gente percebe que vai ajudar inclusive bastante a região.
O Plano Diretor também estava em processo de revisão…
Outra medida que estamos na reta de finalização. Houve um pequeno imprevisto e não concluímos totalmente o Plano Diretor, então até março esperamos concluir. Já tivemos uma audiência, vamos ainda fazer uma ou duas audiências públicas para concluirmos, até para nós redefinirmos áreas industriais nos bairros, de que maneira fazer. E também vamos trabalhar juntamente com o DEL, então ele vem numa hora boa, nós seguramos ele um pouquinho para nós somarmos junto.
Outra área que receberia atenção é o Turismo, também com esse propósito do desenvolvimento econômico…
Já existe um esboço montado do nosso Plano Municipal de Turismo, a gente já está fazendo umas frentes, o próprio Rio do Júlio, hoje nós recuperamos totalmente de alagamento, macadamizamos, já colocamos algumas sinalizações, hortênsias foram plantadas, agora vamos estar mapeando. Já temos definido dois locais para mirantes, então lá vai ser uma das áreas que nós podemos trabalhar bastante a parte turística, como nós estamos também fazendo o cicloturismo a nível de região.
Esse plano e até essas melhorias, a Prefeitura têm os recursos próprios ou depende de projetos?
Isso nós fizemos com recursos próprios, que é maquinário, é macadame, isso já está concluído, os mirantes também não é grande investimento, porque pegamos madeira tratada, vamos fazer bem rústico, isso com recursos próprios, porque se depender de recursos de não faz nunca. Agora lógico se nós depois mapearmos que temos que fazer investimentos vamos tentar fazer parceria com o governo do Estado ou mesmo recurso federal.
“Houve um pequeno imprevisto e não concluímos totalmente o Plano
Diretor. Até março esperamos concluir. Já tivemos uma audiência,
vamos ainda fazer uma ou duas audiências públicas para concluirmos,
até para redefinirmos áreas industriais nos bairros…”
E para o ano que vem, quais os projetos e ações?
Esperamos os recursos do Fundam 2 (Fundo de Apoio aos Municípios), são recursos importantes, para obras maiores, e também do Avançar Cidades, passamos na primeira fase, estamos agora na fase de habilitação. Além do planejamento do município, com o DEL e Plano Diretor, o foco será pavimentação. Do Avançar vamos fechar um bairro, que é mais na proximidade da Marisol, todas as ruas. E a parte do Fundam vamos direcionar às ligações de bairro, onde vai ser contemplada (por exemplo) do Bracinho até a Usina, que é também turístico, Itoupava Açu que era antigo o traçado de Joinville, avançando também até o Rancho Bom.
Na Câmara (aprovados ontem em primeiro turno), estão tramitando projetos que tratam dos servidores, destacando-se o que aumenta o biênio para triênio e o que reduz em 10% a diferença salarial entre professor com magistério e licenciatura plena. Como o senhor está vendo esse momento, de discussão?
Bem tranquilo, a gente já tinha esse contato no ano passado (com o sindicato), eu até tinha encaminhado no fim do ano passado (os projetos). Sempre quando se faz ajustes ninguém quer, mas as vezes há necessidade porque em algum momento talvez não se pensou no todo, a gente tem que pensar no todo. Eu tinha encaminhado, e o presidente me ligou, sempre tive bom relacionamento com o sindicato, ele disse que encaminhei o projeto, mas nem falei com o sindicato, e era verdade, nem sei como foi isso porque sempre faço questão de chamar eles ou ir lá para conversar, falei que ia retirar o projeto, mas que esse ano voltaria a encaminhar. No magistério, tem essa diferença salarial (entre nível A e B), e a grande verdade é que eu dei reajuste para os professores de 7,63% e os demais servidores 4,23%, e falei para o sindicato que não é que não pode dar (esse aumento), mas é que queremos chegar num denominador, por exemplo, dar 6% para todo mundo, eu quero ser justo. O reajuste do magistério continua, mas os outros servidores gostariam que fosse uma média para todos. Eu acho que o projeto é justo, correto e enviei para a Câmara, até antecipando algo para o futuro, para o próximo gestor, isso teria que ser revisto. E a parte do triênio, nós temos o biênio, não dá, isso nem existe na iniciativa privada, nem sei se existe em algum lugar. Vou aumentar para três porque na região toda é triênio, dando seis meses de transição.
“Sempre quando se faz ajustes ninguém quer, mas as vezes
há necessidade porque em algum momento talvez não se pensou
no todo, a gente tem que pensar no todo.”
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