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Para evitar agressões, relações abusivas devem ser identificadas

Por: Claudio Costa

30/04/2018 - 06:04

Os dois casos de homicídio registrados em Jaraguá do Sul em 2018 têm cenários parecidos. Ambos aconteceram em um contexto de agressões dentro do ambiente doméstico e acabaram com os homens mortos após um golpe de faca. As duas suspeitas de assassinato alegaram que cometeram o crime em legítima defesa, em meio a uma luta corporal.

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Expandindo o cenário, a Polícia Civil registrou 101 casos de violência doméstica em 2017. E os casos extremos podem começar justamente com os conflitos que acontecem sucessivamente dentro de casa. Uma relação abusiva vai além daquilo que é natural no relacionamento de um casal, ressalta a coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Jaraguá do Sul, a psicóloga Vanessa Bier Mathias. Geralmente, os relacionamentos abusivos, em que o homem busca um patamar de superioridade sobre a mulher, têm uma tendência a se tornar violentos. De acordo com Vanessa, muitas mulheres sofrem violência dentro de suas casas sem saber.

“Para atingir as companheiras de uma forma psicológica, os homens costumam humilhar, dizer para a mulher que ela é burra, que ela não trabalha e, por isso, só ele traz dinheiro para dentro de casa. Tudo para que ela se sinta o mais inferior possível”, explica, ao comentar que as mulheres atendidas no Creas chegam com o psicológico destruído.

Em muitos casos, a mulher não entende os xingamentos como uma forma de violência. Quando percebem, acabam querendo se afastar do companheiro, mas não conseguem. Normalmente, elas continuam os relacionamentos por não terem condições financeiras de se manter ou por não terem dinheiro para sair do lar com os filhos.

Vanessa pontua que as dominações nesse primeiro momento são feitas com palavras, as agressões verbais. A psicóloga afirma que a maior parte das queixas de violência doméstica se referem a ameaças, que tendem a se complicar e evoluir para as agressões.

As mulheres que se sentem vítimas de violência doméstica podem buscar ajuda na Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI), em postos de saúde com profissionais especializados, no Fórum e também no Creas.

“Se a mulher conseguir se perceber como uma vítima de violência doméstica e conseguir acessar os direitos delas, como as medidas protetivas através da Polícia Civil, nós temos equipes especializadas hoje. O nosso desejo é que a mulher consiga enxergar a violência, chegar aos nossos serviços e a nossas equipes a orientarem para que ela se fortaleça, se empodere e protagonista de sua vida”, finaliza Vanessa.

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Claudio Costa

Jornalista pós-graduado em investigação criminal e psicologia forense, perícia criminal, marketing digital, em inteligência artificial e pós-graduando em gestão de equipes.