A reforma da previdência, aprovada em primeiro turno nesta quarta-feira (10), pode não ser o modelo mais bem vindo, afirma o presidente da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul (Acijs), Anselmo Ramos. “A necessidade de uma reforma radical veio como resultado da falta de uma série de “minirreformas” ao longo dos anos, assim como a falta de uma reforma mais ampla antes”, avalia.
Segundo o empresario, a reforma que foi aprovada ainda precisa passar por destaques dos parlamentares, mas corrige uma série de disparidades que se formavam no modelo antigo.
“É claro que quando se mexe em benefícios vai causar polêmica, mas há uma realidade de que gente que poderia pagar mais não estava pagando o quanto devia, e a conta estava caindo sobre quem não poderia”, diz.
Ao mesmo tempo, Ramos destaca que o país precisa repensar como atende aqueles que não tem como contribuir com a previdência e dependem de pensões e aposentadorias por invalidez para sobreviver.
“Não podemos deixar essas pessoas na mão, mas o modelo há de ser repensado. Com a nova previdência deve haver mais recurso, que poderia ser aplicado em uma malha de suporte melhor”, nota, criticando a falta de um equivalente público para entidades como a AMA e a APAE, por exemplo.
Reforma tributária em foco
Segundo o empresário, agora o governo deve se voltar para a reforma tributária. “A legislação tributária brasileira é demasiadamente complexa. Estima-se que as empresas adimplentes paguem, em média, 8% a mais do que deveriam, por desconhecimento”, nota, destacando que a carga tributária do Brasil não é, como se alardeia, excessiva – mas tem pouco retorno.
Para Ramos, uma simplificação e integração da legislação tributária poderia reduzir a inadimplência. “A gente nota que quanto mais fácil de pagar os impostos, mais pessoas pagam. Ao mesmo tempo, é preciso fiscalizar sempre, pois a inadimplência prejudica ao coletivo – especialmente a quem paga”, diz.
Ele frisa que inevitavelmente, no futuro serão necessárias mais reformas – trabalhista, previdenciária e tributária. “Isto é um movimento permanente. O mundo está mudando constantemente, e com estas mudanças, a legislação tem que mudar. Se não teremos que fazer remendos”, frisa. Um exemplo é a expectativa de vida.
“Chegaremos em um ponto em que os atuais recém-nascidos poderão chegar aos 150. A previdência atual não comporta isso”, diz.
Receba as notícias do OCP no seu aplicativo de mensagens favorito:
Telegram
Facebook Messenger