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Ajude a encontrar Elizabete, a filha do Emir

Por: Windson Prado

01/02/2018 - 21:02 - Atualizada em: 04/02/2018 - 10:51

Uma publicação no Facebook envolvendo uma família de Joinville, vem rendendo centenas de compartilhamentos nas redes sociais. Todos estão mobilizados a encontrar Elizabete, a filha de seu Emir, um simpático morador de rua do Vale do Anhangabaú, em São Paulo.

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A história teve repercussão depois que a estudante de Jacareí (SP), Mariana Lopes, 23, encontrou com o morador de rua, durante as festividades do aniversário de São Paulo, no mês de janeiro. A jovem que hoje vive na capital paulista, tinha parado em baixo de uma árvore para descansar, quando foi abordada por Emir. Não demorou muito para que o morador de rua contasse que era de Joinville, e dizer que teria ido caminhando até à capital paulista para viver por lá.

No meio da conversa, Emir percebeu que Mariana tinha um celular em mãos e fez um pedido todo especial. “Moça, liga pra minha filha, em Joinville?”, pediu o morador de rua à Mariana. Sensibilizada pelo pedido, a estudante até tentou fazer a ligação, mas Emir não tinha o contato da filha chamada Elizabete.

A partir daí, Mariana contou a história nas redes sociais, e compartilhou a foto de seu Emir, na tentativa de que a mensagem chegasse a Elizabete. Até às 15h30 desta quinta-feira, 1 de fevereiro, a postagem tinha mais de 242 mil curtidas e 417.042 compartilhamentos. “Estou assustada com a repercussão. Resolvi expor a história porque eu tinha uma foto com ele e eu sabia que por meio das redes sociais talvez eu conseguisse chegar até a filha dele. E parece que está dando certo. Estou esperançosa, porque sei que muitas pessoas estão sabendo e as chances de encontrarmos a filha dele são grandes”, disse a estudante a reportagem do Jornal de Joinville.

Saiba mais: | Veja o texto da postagem na íntegra

Semana passada eu fui na festa do aniversário de São Paulo, no meio do eu rolê, decidi sentar no pé de uma árvore pra descansar. 
Tinha um senhor, morador de rua, sentado nesse lugar, mas tinha lugar pra mim também, então ok, sentei do lado dele.

Ele tava quietinho me observando enquanto eu curtia sentada. Ele me viu dar um gole numa garrafa de vinho barato e aí sim ele puxou assunto:

– moça, moça, me dá um pouquinho desse vinho.
– oi?
– me dá um pouquinho?

Peguei uma garrafinha de água, enchi com um tanto de vinho e dei a garrafinha pra ele

– toma, pode ficar com esse vinho
– posso? 
– pode
– Deus te abençoe, fia

Ele deu uma goladinha e sorriu pra mim. Dei uma golada na minha garrafa também

– viu, como é seu nome?
– Emir
– Emílio?
– Emir!
– Atah, Emir…

– vc mora por aqui, Emir?
– moro, moro – mas ele tava com uma cara de perdido nessa hora
– vc sabe onde a gente tá? A gente tá no Vale do Anhangabaú
– isso! É aqui que eu moro! 
– e vc mora aqui sozinho?
– eu e Deus! – nessa hora ele apontou pro céu
– e como vc faz pra se alimentar, Emir?
– bolsa família, graças a Deus

– mas eu não sou daqui não. Sou de Joinville. Vim pra cá andando.
– andando? Sozinho?
– sozinho não. Vim eu e Deus
Achei bonitinho porque ele sorriu todas as vezes que falou de Deus.

Mas enfim, continuamos conversando. De repente, quando ele viu meu celular, ele disse

– moça, liga pra minha filha?
– pra sua filha? Onde ela tá?
– em Joinville.

Eita (como eu ia ligar pra uma mulher em Joinville)

– como é o nome dela?
– Elizabete
– mas, Emir, vc sabe o número dela?
– não sei não
– então eu não tenho como ligar, Emir. Pra ligar, a gente precisa saber o número
– atah…

Ele deu mais uma golinho no vinho, pegou minha mão e disse “deus te abençoe, fia”

Ficamos amigos e tiramos essa foto juntos

(Se vc for a Elizabete de Joinville que tem um pai chamado Emir, perdido por esse mundão, saiba que seu pai mora no vale do Anhangabaú, acompanhado de Deus e da fé dele, e que ele não entrou em contato com você ainda pq ele não sabe seu número. Mas ele pensa muito em você)

Quem quiser compartilhar, fique a vontade, quem sabe a gente chega até a Elizabete… 😉

 

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Windson Prado

Repórter e editor das notícias de Joinville.