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João Chiodini | A lição da febre amarela

Por: OCP News Jaraguá do Sul

05/02/2018 - 10:02 - Atualizada em: 05/02/2018 - 21:12

Para variar, o lazarento do Aedes aegypti deu o ar de sua graça novamente. Não bastasse o zika, a dengue e o chikungunya, agora a febre amarela volta a dar dor de cabeça ao país. Após ser considerada erradicada, em 1957, ela retorna para assombrar.

Parece que esse mosquitinho sofre de um mal muito comum nos tempos de hoje. A “melancia no pescoço”. A maioria das pessoas buscam ibope, curtidas, seguidores, popularização… a sensação que tenho, é que o Aedes aegypti também tem certa carência e necessidade midiática. Ficou um tempo sumido, a Globo e os jornais pararam de falar da trilogia Aegyptica, deixaram o bicho meio de lado, como se essas contaminações fossem coisa do passado e, então, BUM! Febre amarela neles! Ele volta aos trending topics, recebe novos followers, tem sua foto espalhada pela rede e fica em paz consigo mesmo, se achando, novamente, um “digital influencer”.

Dessa vez, a praga começou pelos macacos e com isso, percebeu-se algo curioso, mas não espantoso. Pessoas começaram a matar mais e mais macacos, atribuindo a eles a contaminação da febre amarela.

Digo que não é espantoso por que esse é um exemplo prático de algo que debatemos frequentemente: a falta de interpretação de texto, a deficiência em processar informações, a conclusão precipitada que tiram somente lendo títulos de matérias, enfim, a realidade de um país da não leitura.

A falta de valorização, incentivo e preocupação real com a educação, com o incentivo à leitura, unida com esse ódio latente espalhado pela sociedade, com a tradição que está se criando de fazer justiça com as próprias mãos é algo extremamente delicado e perigoso. Atualmente, pobres e inofensivos macacos foram vítimas, porém, já vimos casos de  pessoas confundidas com bandidos e mortas aos murros. O que pode se tornar uma prática cada vez mais comum.

Não é de se duvidar que, após a eleição desse ano, surjam grupos políticos de oposição que venham a atacar os pensamentos divergentes aos seus. Não estamos longe de ter um ISIS brasileiro. Tudo isso por ânimos inflamados, pouca leitura, nenhuma conversa, zero debate, falta de respeito pelas opiniões contrarias, enfim…

Num mundo onde a internet alcança a maior parte das pessoas e grande parte das informações e contatos são feitas a partir da palavra escrita, o incentivo e o trabalho com a leitura é, cada vez mais, algo de extrema importância para a sociedade.

Como diz a tirinha da Mafalda, ler é muito importante, sem isso, somos obrigados a acreditar em qualquer coisa que nos dizem.

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OCP News Jaraguá do Sul

Publicação da Rede OCP de Comunicação