As expressões e vontades da pequena Heloisa Kuster, de 9 anos, estão ilustradas e escritas nas páginas do seu primeiro livro: “Heloisa quer ser uma cantora”. A história contada na obra é apenas uma das várias feitas pela menina.
Heloisa nasceu prematura e tem uma deficiência intelectual com atraso no desenvolvimento psicomotor e baixa visão. Mas isso não a impediu de soltar a criatividade e sonhar.
A energia e os sonhos da menina despertaram na auxiliar de sala Agatha Winter Rodrigues a ideia de montar um livro, que foi lançado ontem (28) na escola municipal Professor Emílio da Silva, em Schoeder.
Agatha começou a acompanhar Heloisa em maio deste ano, no terceiro ano do ensino fundamental. Não demorou muito para ela perceber o gosto que a menina tinha por escrever histórias, folhear os livros e imaginar novos mundos.
Para desenvolver essa habilidade, a professora passou a dedicar um tempo especialmente à escrita. Os momentos aconteciam geralmente durante as aulas de educação física.
“Eu contava algumas histórias e depois pedia para ela criar outras. Como ela não consegue escrever, fazíamos um ditado de escrita”, conta.
A história do livro, por exemplo, Heloisa ditou para a professora escrever. “Deixei exatamente como ela falou, são do jeito dela”, explica Agatha. Já as ilustrações da obra e a impressão foram feitas gratuitamente.
O “Heloisa quer ser uma cantora” vai ser distribuído entre alunos, pais e convidados da equipe e da família. Cerca de 150 edições foram impressas.
Mudança de comportamento
Ao saber que uma nova auxiliar de sala iria atender a filha, Regina Kuster ficou preocupada e achou que Heloisa não fosse se adaptar com a nova professora.
“Mas a Agatha conseguiu formar uma relação rápida com ela, abraçou a causa mesmo e me perguntava sobre os gostos da minha filha”, relata a mãe.
Regina observa que é difícil conter a emoção ao falar da filha. Nos últimos meses, por conta do processo de produção do livro, a mãe conta que Heloisa está mais animada e passou a fazer coisas que antes não fazia.
“Ela faz perguntas, diz o que quer e o que não quer e está sorrindo mais. Antes era difícil tirar um sorriso dela”, relembra.
A professora Agatha concorda que a expressão da aluna está evoluindo e ressalta que também está trabalhando o desenvolvimento de identidade da menina. “A Heloisa não conseguia conversar muito, dar a opinião dela, hoje isso está diferente”, completa.
Tímida pela presença da equipe de reportagem, a autora do livro diz em poucas palavras que está feliz pelo lançamento e que deseja que os amigos e familiares leiam a história.
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