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Série “OCP nos Bairros” chega ao fim após nove meses de trabalho

Foto Arquivo OCP News

Por: Elissandro Sutil

17/11/2018 - 05:11 - Atualizada em: 28/05/2024 - 14:11

Nos últimos nove meses, uma equipe do jornal O Correio do Povo percorreu todos os bairros de Jaraguá do Sul com o objetivo de dar voz e rosto aos moradores que formam uma das cidades com melhores índices de qualidade de vida do país.

A série OCP nos Bairros, iniciada na primeira quinzena de fevereiro, ouviu centenas de jaraguaenses e de pessoas que escolheram Jaraguá do Sul para chamar de casa. Nove meses e 38 bairros depois, o trabalho chegou ao fim no último dia 8.

Pela primeira vez, a mesma equipe, a repórter Adrieli Evarini e o fotógrafo Eduardo Montecino, iniciou e finalizou uma série com tamanho volume de história e personagens.

Curiosidades, tradição, problemas, desafios e qualidades. Todas essas características convergem para o crescimento de cada um dos bairros, alguns que ainda preservam suas raízes, outros guinando para o desenvolvimento industrial.

Diferentes em muitos pontos, os 38 bairros têm uma característica irrevogavelmente em comum: fazem parte, a sua maneira, da construção de um município que passou a ser conhecido nacionalmente por boas ações e resultados.

Depois de uma gestação como essa, os repórteres saem modificados ao se deparar com tantas histórias diferentes.

Confira os relatos de como o OCP nos Bairros mudou a visão de cada um deles sobre Jaraguá do Sul, seu desenvolvimento e sua gente.

Descobrindo uma Jaraguá do Sul plural, por Adrieli Evarini

Antes mesmo de colocar o pé nas ruas do bairro Vila Baependi para inaugurar a série que falaria de 38 bairros de Jaraguá do Sul eu já tinha certeza que o OCP nos Bairros mudaria completamente a visão muito rasa e superficial que eu tinha da cidade.

 

Joinvilense, não vivo a cidade como aqueles que nasceram e cresceram por aqui. Meu conhecimento sobre Jaraguá do Sul se limitava à Arena Jaraguá, palco de muitos embates entre o meu JEC e o Jaraguá – e não ousaria esquecer de mencionar a Malwee, claro – e a Marisol, onde a Adrieli adolescente disputava os jogos da Olesc e Joguinhos Abertos.

 

Não sabia o nome de muitos bairros e aí já me deparei com a primeira surpresa porque, Czerniewicz, é realmente difícil de falar e escrever.

 

Por tudo isso, saber que entraria em uma jornada de conhecimento da história do município e, muito mais do que isso, das pessoas, foi desafiador. A cada semana que passava, a imagem de uma Jaraguá do Sul sem problemas, foi ruindo.

 

É inocente demais pensar que um município com mais de 170 mil habitantes não seja plural em todos os seus aspectos. Aqui, encontrei gente do Norte e do extremo Sul do país.

 

Graças à série, descobri histórias incríveis, como a haitiana que mora há seis anos na cidade, está desempregada e longe dos três filhos. Ela não quis “aparecer” porque não queria “pedir” nada, enquanto nós pedimos tanto todos os dias.

 

A cultura germânica é muito forte, rica e expressiva, mas não é a única. A Schützenfest é símbolo de Jaraguá do Sul? Sem dúvida, mas a riqueza da cultura negra do Boa Vista, da italiana, da húngara e de tantas outras também se espalha.

 

Jaraguá do Sul se desenvolve mais a cada dia graças à força do seu povo e a sua cultura empreendedora que formaram empresas de peso internacional. O município é líder em diversos aspectos, mas também tem problemas a serem enfrentados.

 

Ruas em estado precário, saúde que não atende a demanda, educação que não consegue abraçar a todos e segurança foram os itens mais levantados ao longo destes nove meses.

 

A série OCP nos Bairros nos permitiu conhecer um pouco mais da cidade. Um pouco, porque a riqueza e grandeza da história dessas pessoas não pode ser limitada a nove meses.

 

Para quem viu de fora, só resta dizer: continuar preservando as raízes e tradição e valorizar a cultura e a pluralidade do povo jaraguaense é uma missão que tornará Jaraguá do Sul ainda maior e melhor.

A Jaraguá que queremos ter, por Eduardo Montecino

Quando iniciamos a série especial OCP nos Bairros, o sentimento que tive era de que faríamos um grande tour pela cidade e mostraríamos o quanto Jaraguá do Sul é uma cidade tranquila, pacífica e sem muitos problemas.

 

Essa não deixa de ser realidade da cidade, porém, percebi que não importa onde você mora, não importa a cidade, o bairro, problemas sempre vão existir.

 

E aqui os mais repetidos foram asfalto esburacado, congestionamentos e filas na saúde. A segurança também foi bastante citada, Jaraguá não é mesma de 15 anos atrás, quando se podia dormir com as janelas abertas, embora tenhamos encontrado em alguns bairros como Três Rios do Norte gente que ainda dorme com elas escancaradas.

 

Na área rural foi onde eu pude interagir mais e entender quem são e como vivem os jaraguaenses filhos e netos de colonizadores, Senti orgulho de quem trabalha nessa terra, a vontade de prosperar e a difícil missão de manter as tradições e deixar um legado para a próxima geração.

 

As cicatrizes deixadas pelas chuvas que viemos enfrentando ao longo da história são facilmente percebidas em toda a cidade, marcas de alagamento ainda estão em vários muros, as lembranças da tragédia ficaram guardadas na memória.

 

Sofremos com nosso trânsito. Trem, congestionamento e estrutura precária de municípios vizinhos são verdadeiras barreiras a serem superadas, vide a lendária duplicação da BR-280 que foi citada por vários entrevistados, sendo que é unânime a descrença na conclusão da obra a curto ou médio prazo.

 

O DNA de trabalho está presente em toda parte, quem aqui chega não demora a aprender com quem é daqui o valor do suor do dia a dia, que guia e rege a vida dos cerca de 170 mil habitantes do nosso município.

 

Estamos longe de ser uma cidade perfeita, mas temos, sim, muitas soluções e força de vontade para mantermos a direção para um futuro que deverá ser continuamente promissor.

 

Confira todas as reportagens da série OCP nos Bairros aqui.

 

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Elissandro Sutil

Jornalista e redator no OCP