O caso Andreia Araújo segue na esfera judicial em Jaraguá do Sul. Na semana passada, foram realizadas as audiências para ouvir as testemunhas do caso de feminicídio ocorrido no dia 5 de agosto, em uma residência no bairro Jaraguá Esquerdo.
O assassino confesso da jovem de 28 anos, Marcelo Kroin, deve apresentar sua versão da história em juízo no dia 22 de novembro. A juíza da 1ª Vara Criminal de Jaraguá do Sul, Anna Finke Suszek, determinou que a ação deve seguir em segredo de justiça.
De acordo com a assessoria da magistrada, há provas que foram trazidas tanto pela defesa quanto pela acusação que não podem ficar à disposição do público. Como o sistema não permite que apenas algumas informações fiquem sigilosas, todo o processo foi colocado em segredo de justiça.
Assim, só as partes cadastradas podem ter acesso a informações do exame cadavérico, por exemplo. Outra explicação dada pela assessoria da 1ª Vara Criminal é de que a dignidade de Andreia Araújo deve ser preservada.
Outro desdobramento do caso segue no Ministério Público de Santa Catarina. Como o exame de gravidez de Andreia deu inconclusivo, o promotor de Justiça Márcio André Zattar Cota, da 4ª Promotoria de Justiça da Comarca de Jaraguá do Sul, pediu a exumação do corpo da vítima.
De acordo com o Instituto Geral de Perícias (IGP), o trabalho será realizado na próxima quinta-feira (8). Saber se a jovem estava grávida ou não é essencial para o aumento da pena de Marcelo Kroin, caso ele seja condenado.
De acordo com a qualificação de feminicídio, regulamentada pela Lei 13.104/2015, a pena pode ser aumentada de um terço até a metade caso a vítima esteja grávida a partir de três meses ou tenha dado à luz a uma criança em até seis meses.
Segundo a peça de acusação feita pela 4ª Promotoria de Justiça, o homicídio deve também ter outras duas qualificadoras: usar recurso que impossibilitou a defesa da vítima e também pelo uso da asfixia.
Kroin também vai responder pelos crimes de tentativa de ocultação de cadáver. Segundo a acusação, o assassino confesso levou o corpo de Andreia enrolado em um cobertor até Canoinhas, no Planalto Norte de Santa Catarina, mas mudou de ideia, voltou para a residência e foi preso pela Polícia Militar.
Outro crime imputado a Marcelo é o de fraude processual, por ter utilizado o celular para forjar um suposto rompimento com a companheira.
Versão do acusado foi desmentida pela perícia
Marcelo Kroin disse em depoimento à Polícia Civil que deu um soco em Andreia. Depois, ela bateu a cabeça na parede, caiu no chão, agonizou por uns instantes e morreu. Mas, de acordo com o laudo cadavérico feito pelo IGP, a morte da vítima foi causada por asfixia mecânica. O documento também aponta marcas de espancamento e um trauma no crânio da vítima.
O crime aconteceu após uma festa de aniversário de uma das irmãs de Andreia, ocorrida no dia 4 de agosto. Segundo a investigação feita pelo delegado Carlos Alberto Cilião Crippa, Kroin saiu mais cedo da festa e havia discutido com a companheira.
Em reportagem do O Correio do Povo, Marilei Araújo, 43 anos, irmã de Andreia, afirmou que o assassino confesso disse que iria acabar com a vida dela no momento em que saiu da festa.
O atrito entre Marcelo e a Andreia teria começado pelo fato dela ter preferido ficar no aniversário de uma das quatro irmãs. Depois que ele foi embora, a mulher ficou conversando, bebendo e se divertindo e só foi para casa por volta da 1h do dia 5 de agosto, depois de solicitar uma corrida pelo aplicativo da Uber.
Marcelo contou para a Polícia Civil que estava em casa assistindo televisão quando a mulher chegou embriagada. Ele disse que foi atacado pela companheira com uma faca. Apesar de apresentar marcas de agressão nos braços, não houve a confirmação dos ferimentos terem sido causados por uma arma branca.
Para se defender, ele contou que deu um soco em Andreia, que bateu a cabeça na parede e caiu. A morte dela pode ter ocorrido por volta das 3h.
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