Um adolescente, de 15 anos, entrou armado e atirou contra dois estudantes do Colégio Estadual João Manoel Mondrone, em Medianeira, no oeste do Paraná, a 60 km de Foz do Iguaçu. O ataque foi registrado na manhã desta sexta-feira (28).
Confira o momento dos disparos:
De acordo com o Corpo de Bombeiros, acionado às 8h39, dois jovens ficaram feridos após os disparos. “Atendemos um jovem de 15 anos que foi atingido pelo disparo na região lombar”, afirmou o soldado Márcio Bonkezich ao portal R7.
Segundo a corporação, a bala ficou alojada no corpo do estudante e, devido ao risco, ele foi transferido do Hospital Nossa Senhora da Luz para outro hospital em Foz do Iguaçu. Os bombeiros afirmaram ainda que a vítima sentia um forte formigamento nos membros inferiores, o que motivou a transferência para outro hospital.
Os disparos atingiram outro estudante, de 18 anos. O tiro, segundo Bonkezich, pegou de raspão na região da coxa. Ele foi encaminhado ao hospital, recebeu um curativo e liberado.

Polícia do Paraná apreendeu bombinhas, faca e munições com o suspeito
Reprodução | Reprodução
Dois jovens apreendidos
O estudante de 15 anos usou uma garrucha (arma de cano curto) que pertence ao seu pai para atirar. Ele e outro adolescente, também de 15 anos e que supostamente dava cobertura ao atirador, foram apreendidos e levados para a delegacia. No momento do ataque, houve tumulto e correria.
À polícia, o estudante, que é filho de agricultores, disse que vinha sofrendo bullying, que tinha ao menos cinco alvos e que saiu de casa decidido a praticar o ataque. Com os dois foram apreendidos um revólver calibre 22, munição e uma faca, segundo o G1 PR.

Suspeito e outro adolescente, também de 15 anos e que supostamente dava cobertura ao atirador, foram apreendidos e levados para a delegacia | Foto Reprodução/Tribuna da Massa
De acordo com a polícia, uma carta com pedido de desculpas foi encontrada no material escolar do suspeito, além de recortes com notícias de ataques em escolas dos Estados Unidos e do Brasil.
“É considerado uma espécie de atentado. Os alunos eram vítimas de bullying. Um veio com bomba e o outro com uma arma. A bomba foi explodida no pátio do colégio. Na carta encontrada na mochila de um dos alunos ele se justifica sobre o que aconteceu. Ele se sentia menosprezado e humilhado”, comentou o delegado Dênis Zortéa Merino à reportagem da RPC. A carta será periciada e a letra comparada com a dos alunos apreendidos.
Na casa do atirador, policiais encontraram mais armas, facas e bombas caseiras. Os pais dos dois adolescentes também foram levados à delegacia para prestar esclarecimentos. “Vamos apurar qual a origem das armas. Constatadas as origens, se confirmadas serem dos pais, eles também deverão ser responsabilizados”, completou o delegado. Os menores devem responder por dupla tentativa de homicídio.

Na casa do adolescente, policiais apreenderam armas, munição e bombas caseiras | Foto: PM/Divulgação
O diretor do colégio, Darlan Chiamulera, considerou o ataque um “episódio lamentável” e disse que toda a comunidade escolar está abalada. Ele afirmou que o adolescente, que cursa o 1º ano do ensino médio é um excelente aluno e que não havia chegado à direção informações de que vinha sofrendo bullying.
Confira os momentos de tensão vividos pelos alunos e professores.
https://www.youtube.com/watch?v=_Lu5M42xErE
Chiamulera descreveu os momentos de tensão vividos pelos alunos e professores. “Era o momento da segunda aula, eu conversava com um dos meninos na direção, e naquilo a gente escutou alguns barulhos mais fortes, de explosão, e estampido, e o pessoal correndo falando que havia sido tiros. Corri em direção à sala. Encontrei um dos meninos feridos, que estava sendo socorrido pela professora”, comentou.
Enquanto ia para a sala onde ocorreu o ataque, ele disse ter se deparado com o atirador. “Quando ele me viu, eu falei: ‘Paulo, o que está acontecendo?’. Aí ele decidiu retornar. Ele estava com a arma na mão. Estava vindo na direção, não sei o que ele estava pensando”, contou.
O diretor disse ainda que tentou acalmar o estudante. “Fui conversando para tentar colocar num lugar que ele não colocasse mais ninguém em risco, porque ele já tinha atingido dois alunos. É uma situação que a gente não sabe como reagir. Eu só pedi para os alunos ficarem dentro da sala para não ter mais nenhum ferido”, lembrou.
Aluno armado atirou a esmo, diz Secretaria de Educação
Por meio de nota, a Secretaria da Educação confirmou que o estudante disparou com uma arma de fogo em um colega de classe. “Em seguida o aluno disparou a esmo pelo estabelecimento, tendo ferido outro aluno, de raspão, na perna. Os envolvidos estão matriculados no ensino médio”, declarou o órgão.

Sala de aula onde ocorreu o ataque será periciada | Foto: Bruna Kobus/RPC
Suspeito está sob custódia
O órgão estadual afirmou, em nota, que o suspeito foi detido pela Polícia Militar e está sob custódia. “Os alunos feridos foram atendidos em um hospital da cidade, sendo que o estudante ferido com mais gravidade está internado”, declarou a pasta.
“O Núcleo Regional de Educação de Foz do Iguaçu está no colégio, prestando todo o apoio necessário à comunidade escolar.” Os alunos foram dispensados e, segundo a secretaria, as aulas devem ser retomadas na segunda-feira (1º).

Ataque foi registrado na manhã desta sexta-feira (28), no Colégio Estadual João Manoel Mondrone, em Medianeira | Foto: Divulgação
Adolescente ferido em ataque está com bala alojada perto da coluna
O estudante Bruno Raphael Facundo, de 15 anos, deverá passar por uma cirurgia para a retirada de uma bala que está alojada próximo à coluna vertebral.
“A bala afetou a coluna vertebral. Graças a Deus não houve lesão mais séria, mas a bala está alojada lá. Temos informações de que pode evoluir para um quadro ruim. Precisa de uma intervenção cirúrgica para a retirada do projétil, que está ainda comprimindo a coluna dele”, contou o pai, Éder Facundo, ao portal RPC.
Bruno foi transferido acompanhado da mãe em um avião do Samu para o Hospital do Trabalhador, em Curitiba. O hospital de alta complexidade é especializado em atendimento de traumas.
Além de Bruno, um jovem de 18 anos foi atingido de raspão em uma das pernas. Ele foi encaminhado ao hospital, recebeu um curativo e foi liberado. “A gente não espera ir para a escola e tomar um tiro”, apontou o jovem, que preferiu não ser identificado.
*Com informações da TV RPC Foz do Iguaçu e dos portais G1 PR e R7.
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