“Tô encrencado. Queria conversar contigo”, escreveu Marcelo Kroin, 38 anos, a um amigo às 11h25 de domingo, horas depois de ter matado a mulher, Andreia Campos Araújo, 28, na madrugada do dia 5 deste mês.
Nas mensagens, trocadas com o amigo ainda durante a manhã e depois no fim da tarde, fica claro que Marcelo estava preocupado com o que tinha feito e que não sabia o que fazer.
Na tarde de ontem, a equipe de reportagem da Rede OCP teve acesso a uma parte do laudo da perícia feita a pedido do Ministério Público, pelo promotor de Justiça Márcio Cota, no celular de Marcelo Kroin.
Preso desde o dia do crime, ele é o principal suspeito de matar a companheira durante uma briga na casa em que moravam há alguns meses, no bairro Jaraguá Esquerdo.
Ele já confessou o crime e está detido preventivamente no Presídio Regional de Jaraguá do Sul.
Confira o diálogo:
Além dos registros telefônicos, o MP também terá acesso na íntegra às mensagens de SMS, Whatsapp e outros aplicativos – até mesmo as que foram apagadas – trocadas pelo casal. Não existem, pelo menos por enquanto, conversas de Marcelo com Andreia em tom de ameaça.
O pedido foi feito, segundo argumentou o promotor, levando em conta a “importância do acesso a conteúdos digitais para o devido esclarecimento do crime, havendo indícios de utilização do aparelho na prática do crime”.
Ainda de acordo com a decisão judicial, a quebra de sigilo se tornou necessária para resguardar o interesse maior da sociedade.
Relembre o caso
Vítima do quarto assassinato registrado neste ano em Jaraguá do Sul – o caso é tratado como feminicídio -, o corpo de Andreia Campos Araujo, 28 anos, foi sepultado no Cemitério Municipal de Guaramirim. O crime ocorreu na casa em que a jovem vivia com o companheiro na rua Neco Spezia, no bairro Jaraguá Esquerdo.
Segundo o relato que fez aos policiais, o suspeito contou que, na noite anterior, sábado (4), foi para uma festa com Andreia, o aniversário de uma das irmãs dela. Por volta das 19h, ele foi embora e ela quis ficar.
Marcelo saiu muito irritado da festa e, segundo revelou a irmã dela, Marilei, ao repórter Cláudio Costa, da Rede OCP News, saiu dizendo que “iria acabar com a vida dela”.
Andreia teria chegado em casa por volta da 1h de domingo (5). Segundo ele, a mulher havia bebido, eles discutiram e ela o agrediu com socos, foi até a cozinha pegar uma faca e disse que iria matá-lo. A vítima teria ferido seu braço com um golpe.
Segundo afirmou, em um momento de desespero, deu um soco na mulher. Ela teria caído, bateu a cabeça, deu alguns suspiros e morreu. Porém, laudo revelou que Andreia foi morta por esganadura. A informação de que ela estaria grávida de três meses ainda não foi confirmada pelos legistas.
Sem saber o que fazer, ele colocou o corpo da mulher no carro, sentado no banco do passageiro, e na tarde de domingo foi até a cidade de Canoinhas. Voltou para casa por volta das 18h e estacionou na garagem.
Cerca de 40 minutos depois, após ter recebido uma denúncia anônima, a Polícia Militar chegou à casa. Marcelo chegou a dizer que ela estava dormindo no carro e não queria falar com os policiais, mas eles a encontraram morta, enrolada em um cobertor. Ele foi preso.
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