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Natália Petry ainda avalia convite do governador

Por: Elissandro Sutil

30/03/2018 - 11:03

O ano de 2017 foi de um plantio complicado, sem recurso e com diversos ajustes, a colheita prevista para 2018, porém, é de conquistas importantes, o que dificulta a decisão da secretária de Cultura, Esporte e Lazer, Natália Petry (PMDB), sobre convite do governador.

Há uma semana, Eduardo Pinho Moreira (PMDB) esteve em Jaraguá do Sul e durante almoço com lideranças da sigla convidou Natália para assumir a partir do dia 7 de abril a presidência da Fesporte. À coluna, a vereadora licenciada diz que a decisão deve ser tomada neste fim de semana em conjunto com a executiva municipal.

Entretanto, adianta que está dividida e deixa a entender que os projetos previstos no município lhe interessam mais nesse momento. Na entrevista a seguir, a presidente municipal do PMDB também fala sobre os encaminhamentos eleitorais da sigla e do governo Antídio Lunelli.

OCP – A senhora definiu se aceitará o convite para assumir a Fesporte?

Natália Petry – Fiquei contente com o convite, mas pondero muitas coisas. Tem o trabalho na secretaria, me licenciei da Câmara sendo a segunda mais votada, é muita responsabilidade.

Embora não seja considerada uma pasta prioritária para nenhum governo, eu considero a cultura e o esporte prioridade, é onde se faz prevenção, onde se garante a saúde física e mental das pessoas e o desenvolvimento amplo das crianças. Enfrentamos muitas dificuldades, 2017 foi um ano sofrido, mas também de conquistas, conseguimos manter o calendário com muito esforço. Dos 78 comissionados, hoje temos 20.

A economia projetada só com isso é de R$ 14 milhões em quatro anos. Temos para 2018, graças a um esforço do prefeito e de toda a equipe, um panorama muito melhor. Vai ser o ano de entrega como ele diz.

OCP – Pela fala a senhora não deve aceitar o convite.

N.P. – Estou muito imbuída em fortalecer novamente a Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer. A lei de criação já está na Câmara. Esse é um ano de começar a colher frutos e fortalecer o setor para as próximas administrações. O esporte catarinense também vive um momento muito difícil.

Agora a secretaria vai ser extinta e a Fesporte vai ter mais responsabilidade e autonomia. Foram cinco secretários, seis presidentes da Fesporte em um governo, isso não pode. Triste ver o caminho que tomou o esporte e a própria cultura no Estado. Agora a ideia do governador é fortalecer as fundações, desenvolver políticas públicas para a base. A Fesporte já foi muito forte, mas nos últimos anos virou apenas cabide de emprego.

Essa indicação em um início de gestão me empolgaria, eu teria quatro anos para implementar um novo olhar para o esporte de Santa Catarina, daria para fazer um trabalho amplo. Mas a decisão sobre o convite não é apenas minha, é da executiva municipal do partido. Eu fico bem dividida.

OCP – A senhora diz que esse será um ano de colheita. O que vem por aí?

N.P.- É uma realidade bem diferente de 2017, graças a todos os esforços que foram feitos pela equipe e pelo governo. Para começar, no ano passado tivemos R$ 1,8 milhão para manter os programas que envolvem a Cultura e o Esporte, este ano teremos R$ 4,5 milhões.

Os principais equipamentos públicos de esporte e cultura passarão por reforma ou reformulação, como a Arena Jaraguá, cujo projeto já está em andamento, melhorias no Arthur Müller, a reforma do Museu Emílio da Silva e a reformulação da Praça Ângelo Piazera e do Mercado Municipal, que além de ser restaurado passará por um processo de reformulação, devendo ganhar espaço para restaurante e lanchonete, licitação dos pontos. O espaço para os artesãos, onde acontece a feirinha, também está sendo melhorado.

OCP – A liberação do Fundo de Cultura também foi importante?

N.P. – Também, trouxe um alento. Nós estamos podendo fazer com que o sistema de cultura seja coberto pelo fundo, ele foi criado justamente para cobrir todo sistema. Falo com propriedade porque fui uma das mentoras. Hoje não temos mais crianças nas atividades culturais.

Tínhamos 1.800 crianças fazendo alguma modalidade no Programa Aplauso, que foi extinto com o Fundo. O Festival da Canção também não existia mais. Com o desbloqueio, estamos refazendo um edital para projetos culturais, lançando o bolsa técnico cultural, serão de 15 a 18 profissionais. Já mapeamos uma demanda de 1.700 alunos interessados em alguma modalidade cultural como dança, artes plásticas, artes cénicas.

Muita coisa interessante vai acontecer. O fundo só é importante se for bem aplicado. A base de tudo é a criança, criança bem atendida é sinônimo de menos problema, para ela e para a sociedade. No bolsa técnico esportivo atendemos 15 modalidades, são 25 técnicos e aproximadamente dez mil crianças envolvidas desde as escolinhas até o rendimento. O esporte já está em outro patamar no atendimento à criança. Na cultura inexiste este atendimento, mas vamos mudar essa realidade.

OCP – O cenário eleitoral ainda não está claro no PMDB. A senhora vê assim também?

N.P. – Com a desistência do Udo (prefeito de Joinville), a situação se canaliza entre o Pinho Moreira e o Mauro Mariani. O Mauro está firme na candidatura, vi a entrevista que você fez com ele, está claro que se tiver que ir para convenção, ele vai.

O bom é se não precisar ir, mas o Mauro está bem convicto que é a vez dele, já trabalhou bastante para isso. Está há mais de dois anos percorrendo o Estado, avaliando a situação de cada região, costurando apoio e conhecendo as demandas, sem falar que há quatro anos já defendia a candidatura própria do PMDB.

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Elissandro Sutil

Jornalista e redator no OCP