No acostamento, as marcas de um acidente que chamou a atenção e preocupou o aposentado Manoel Goulart, de 60 anos, permanecem. Estilhaços de um para-brisa e restos de pneu estourado ficaram à beira da estrada.
Era início da noite de domingo, quando por volta das 19h, ele ouviu o barulho e imediatamente pensou no pior. Da varanda de casa é possível ver, entre os arbustos, a rodovia que, ressalta ele, “já matou uns 15 desde que eu moro aqui”.
Mas naquele domingo a história foi diferente, “graças a Deus”, diz ele. “Estava chovendo e, com certeza o motorista se deparou com o buraco, tentou desviar, rampou e capotou”, conta enquanto mostra o buraco na via. As cinco pessoas que ocupavam o veículo – entre elas uma mulher de 91 anos – saíram ilesos do acidente.
A SC-108, que é mais conhecida como “Rodovia do Arroz”, é alvo constante de críticas tanto de quem mora, quanto de quem trafega por ela.

Foto Eduardo Montecino/OCP News
A rodovia, que liga Joinville e Guaramirim, é rota de veículos de passeio, mas também é utilizada cotidianamente por caminhões que a utilizam como via de escoamento das produções agrícolas – daí o nome ‘do arroz’ – especialmente da zona Oeste de Joinville e das cidades vizinhas.
Morador do local há seis anos, Goulart já viu muitas pessoas perderem a vida na SC e reclama do descaso público com a rodovia. Além dos buracos no asfalto, ele diz que a sinalização é bastante precária, inclusive no trecho do acidente.
“É muito mal sinalizada, as placas ficam escondidas por plantações, as faixas estão se apagando, os tachões estão quebrados e, além disso, ficam fazendo remendos na pista. Aí fazem remendo onde não precisa e deixam esses buracos aí”, reclama.
Próximo ao local do acidente, no Km 16, uma curva fechada é, segundo ele, um perigo constante aos motoristas, porque além das más condições do asfalto e da sinalização deficiente, ainda tem uma dinâmica que favorece acidentes graves, avalia o aposentado, que reivindica a instalação de um parapeito no local. “Se colocar pelo menos um parapeito na curva ali, fica menos preocupante”, analisa.
Para ele, algumas ações que considera simples poderiam dar mais segurança a todos que trafegam pela rodovia. O aposentado cita a instalação de lombadas ou faixas elevadas como uma sugestão econômica e eficaz.
“Falta uma atenção. Essa é uma rodovia de escoamento, então, tem dias que o trânsito fica bem pesado”, ressalta.
Deinfra garante manutenção em agosto
As redondezas da rodovia fazem parte da história do aposentado Amandus Jahn, que viveu cada um dos 73 anos à beira da estrada que ele viu se transformar em SC-108, em “Rodovia do Arroz” e, agora, em “Rodovia Rodolfo Jahn”. Rodolfo Jahn é, inclusive, seu tio.
Apesar de a rodovia agora carregar o nome da família, ele não poupa críticas à via que, para ele, sempre foi tratada com abandono.
“Faz uns dez anos que a rodovia está aí desse jeito e, de lá para cá, só tapam uns buraquinhos e mais nada. A única mudança foi a de nome”, observa.
Para Jahn, a rodovia é perigosa para quem trafega por ela diariamente ou quase que todos os dias, mas para quem não a conhece, é ainda pior. A falta de sinalização, os buracos e as ondulações são apontados por ele como riscos iminentes aos motoristas.
“De noite, a gente só sai se precisa muito, porque é um perigo, não tem mais a faixa divisória e se chover então, não tem condições. A gente tem que se basear pelo capim da beirada”, diz.

Foto Eduardo Montecino/OCP News
Jahn sugere pelo menos duas ações para minimizar os problemas da rodovia que, segundo ele, já é naturalmente perigosa por seu traçado repleto de curvas.
“Precisava pelo menos melhorar a sinalização e também está na hora de um recape”, aponta.
De acordo com o superintendente regional Norte do Deinfra (Departamento Estadual de Infraestrutura), Ademir Vicente Machado, ações de reparo e manutenção da SC-108 estão previstas para o mês de agosto.
Machado afirma que três lombadas serão implantadas, uma delas em Guaramirim, onde já há um obstáculo na passagem de nível. Além disso, ele garante que até o fim de agosto serão realizadas roçadas, implantação e reforço de sinalização vertical e horizontal.
“Vamos também reavivar a pintura do eixo com implantação de tachões e tachinhas. Todas as ações serão realizadas na extensão da rodovia, da BR-101 até a 280”, finaliza.
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