O Hospital Municipal João Schreiber, de Massaranduba, conta com nova gestão. Desde o dia 1º de junho, a instituição é administrada pela entidade filantrópica Associação da Redeh Beneficência Cristã, com sede em Timbó, em parceria com o município, graças a um contrato de termo de colaboração no valor de R$ 3,780 milhões anuais.
A secretária de Saúde de Massaranduba, Suzane Reinke, explica que o hospital continua pertencendo ao município, atendendo a pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde), mas com a terceirização da gestão integral dos serviços hospitalares, como internação clínica, cirurgias, centro de especialidades médicas, que passam a ser geridos pela Redeh.
O município, informa a secretária, continuará repassando mensalmente ao hospital recursos para custeio, em torno do que a secretaria já repassa, de cerca de R$ 380 mil a R$ 400 mil.
Além do valor do contrato, o município repassará também os recursos do Ministério da Saúde que são pagos mensalmente ao município pela realização de procedimentos além dos da atenção básica, que são os de média e alta complexidade (MAC).
O montante varia de acordo com a produção do hospital, ficando em torno de R$ 100 mil ao mês, informa Suzane.
Município vai fiscalizar
O contrato também prevê que caberá ao município a fiscalização do trabalho oferecido, de modo a garantir a eficiência e qualidade dos serviços e atendimento, informa Suzane. Com a terceirização, o hospital poderá abrir o atendimento aos planos de saúde e particular, respeitando a proporção de 70% SUS e 30% convênios e particular.
“Estou muito tranquilo e muito contente, confiante no trabalho da nova gestão e que com certeza vai ser muito positivo para o município, porque ajuda a desafogar os custos – estávamos no limite prudencial da folha de pagamento e não poderíamos fazer mais investimentos no hospital -, e também para toda a população não só de Massaranduba, mas também de toda a região”, comenta o prefeito Armindo Sésar Tassi (MDB).
“Esperamos colocar o hospital como marca reconhecida na região”, afirma o diretor da Redeh, Richard Choseki. Com uma rede de seis hospitais na região do Médio Vale de Santa Catarina, região Oeste e Grande Florianópolis, o diretor comenta que a região de Massaranduba sempre foi de interesse pelas dificuldades enfrentadas para acesso à saúde.
“O foco é trazer novas especialidades para a região, seja em consultas como em exames especializados. [É] um hospital que perde a característica de hospital dia e passa a funcionar integralmente”, aponta o diretor.
A Redeh tem mais de 50 anos de história, relata Choseki, e possui hospital próprio em Abelardo Luz, Taió e Rio dos Cedros. A Redeh também participa como cogestor do Hospital Oase de Timbó, além de prontos-atendimentos pelo Estado, e está à frente de um lar de idosos em Taió e um abrigo de menores em Rio dos Cedros.
Novos serviços e busca por especialistas
Em contrapartida pelo convênio com o município, a Redeh passa a ampliar os serviços do hospital ofertados à população, informa a secretária de Saúde, Suzane Reinke, incluindo consultas com especialistas (veja tabela) que o município tinha pouco acesso em Jaraguá do Sul – cidade de referência -, pela grande demanda, além de exames de imagem e cirurgias.
Segundo a secretária, as maiores filas de espera do município para consultas com especialista são de cardiologia e ortopedia.
Atualmente, o hospital oferece cirurgias eletivas de média complexidade nas áreas de urologia e ginecologia, além de cirurgias gerais. Com o convênio, também serão realizadas cirurgias ortopédicas de média complexidade, proctologia e vasculares – que são as cirurgias de varizes.
“Que está sendo bem difícil na nossa região, porque não tem prestador [de serviço], não tem quem faça [as cirurgias vasculares]”, salienta a secretária.
Além disso, cirurgias de otorrinolaringologia serão oferecidos aos pacientes no Hospital Oase, de Timbó, que faz parte da Redeh.
“Vai ser em um hospital deles porque não pode ser feito no nosso ainda, nesse início,” explica Suzane. Outros serviços também serão ampliados, como o raio-x, que passará a funcionar 24 horas, além das internações clínicas.
Hospitais pequenos desafogam instituições de referência
O Hospital Municipal João Schreiber começou a atender efetivamente no fim de 2015, relata a secretária. Desde então, a instituição já realizou mais de 1,3 mil cirurgias gerais até maio deste ano.
“Isso mostra que os pequenos hospitais que não são muito bem vistos às vezes, porque realmente é um gasto considerável para o município pequeno, para manter, e mostrou que ele tem o seu papel fundamental, que é fazer as cirurgias que os grandes hospitais não conseguem mais”, avalia Suzane.
Para as especialidades de média complexidade, em ortopedia e cardiologia, cita a secretária como exemplo, os municípios de referência são Jaraguá do Sul e Blumenau, respectivamente.
No entanto, os centros cirúrgicos dos hospitais dessas cidades têm grande lotação, com cirurgias de alta complexidade, e os procedimentos de média complexidade acabam represados, gerando longas filas.
“Nós atendemos pacientes que estavam há quatro anos aguardando uma cirurgia de hérnia, que é um desconforto grande para quem tem esse problema”, destaca Suzane.
Segundo a secretária, esse é o olhar do município para o João Schreiber, para que realize as cirurgias que os municípios não conseguem encaminhar para seus hospitais de referência por falta de espaço nas grandes instituições para os procedimentos mais simples.
Em 2017 e 2018, o Hospital de Massaranduba já atendeu a 14 municípios, como Balneário Barra do Sul, São Francisco do Sul e Garuva, até cidades como Blumenau, Joinville e Itajaí, além dos municípios da microrregião do Vale do Itapocu: Jaraguá do Sul, Guaramirim, Corupá e Schroeder.
Para Jaraguá do Sul, o hospital atendeu a 259 pacientes no período. Para Itajaí e Blumenau, o total de pacientes entre 2017 e 2018 foi de 199 e 156, respectivamente.
Serviços que serão ampliados/ofertados no Hospital João Schreiber:
- Otorrinolaringologia – até 20 consultas mensais;
- Cardiologia – até 30 consultas mensais;
- Urologia – até 10 consultas mensais;
- Cirurgia Geral – até 15 consultas mensais;
- Cirurgia Vascular – até 15 consultas mensais;
- Ortopedia – até 30 consultas mensais;
- Ginecologia – até 15 consultas mensais;
- Ultrassonografia – até 200 exames mensais;
- Videolaringoscopia e Nasofibrolaringoscopia – até 20 exames mensais;
- Proctologia – até 10 consultas mensais;
- Endoscopia digestiva alta – até 15 exames mensais;
- Colonoscopia – até 5 exames mensais;
- Anestesiologia – para todas as consultas de avaliação cirúrgica;
- Realização de exames de raio-x eletivos – até 300 exames mensais;
- Realização de cirurgias eletivas – de acordo com a demanda do ambulatório.
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