Simone Nascimento mal conhecia o trabalho de Marcos Rück por volta de 2013, quando ela era coordenadora do Simdec e ele, diretor do Museu de Arte de Joinville (MAJ). Mas os encontros constantes para tratar de questões relacionadas a área cultural da cidade e os temperamentos afinados aproximaram os dois, e a amizade surgiu. Mais do que isso, Simone virou fã da vasta e premiada obra de Marcos, arquiteto de profissão e artista por inspiração. Foi o primeiro passo para que ela chegasse ao ponto de tornar-se biógrafa do amigo.
“Vida e Obra de Marcos Rück” é o livro que ela lança sábado (9), dentro da programação da 15ª Feira do Livro de Joinville. O bate-papo com autora e artista será às 19h e a sessão de autógrafos, às 19h30. É o resultado de seu trabalho de conclusão do curso de história da arte da Casa da Cultura, em 2017, e que acabou tomando forma após ser patrocinado pela empresa Lepper (via mecenato municipal).
A chegada da publicação é uma feliz coincidência para Rück, afinal, em 2018 ele comemora exatos 40 anos de labuta artística. O marco inicial é a participação em uma exposição coletiva na Unisinos, em São Leopoldo (RS), onde foi estudar arquitetura em fins dos anos 1970. Foi no curso que coração e mente se abriram definitivamente para a arte, uma tendência demonstrada desde a infância, passada no ambiente criativo proporcionado pelos pais.
“A arquitetura é uma união dos três: pintura, escultura e desenho. Acho que alguns arquitetos podem se considerar artistas também”, reflete.
Ao longo do segundo semestre do ano passado, Simone mergulhou na obra e na vida pessoal de Marcos. Liberada para “fuçar o baú”, reuniu uma grande quantidade de fotos, imagens de obras, artigos e reportagens, além de entrevistar familiares e amigos, como o artista Mário Timm. Figuras emblemáticas das artes joinvilenses, como Margit Olsen, Marina Mosimann e Walter Guerreiro, contribuíram com textos a respeito do biografado.
“Eu não conhecia a fundo o trabalho dele, e passei a conhecer por meio da pesquisa”, esclarece Simone.
Porém, o livro não é apenas uma coletânea de dados biográficos, participações em exposições e prêmios e informações sobre obras. Estas referências figuram entre os cinco capítulos, mas Simone não se furta a falar das sete fases artísticas, do apoio e da influência da família, dos amigos e de outros artistas, de fé e do início de Marcos na arte.
“O livro é até divertido. Ele conta peripécias minhas que aconteceram durante esse período”, diz o artista, para quem a publicação fecha um ciclo, já que ele estudou e foi professor da Casa da Cultura.
Também ali, na Galeria Victor Kursancew, realizou sua primeira mostra individual, em 1980. Marcos retornará a ela em setembro, quando irá expor um resumo de sua trajetória para comemorar as quatro décadas como artista. Marc Engler será o curador da mostra.
Foto: Adilson Santos, divulgação.