A chegada do frio e a entrada do vento sul no litoral da região da Grande Florianópolis, previstos para domingo (03) e segunda-feira (04), estão sendo aguardados com grande expectativa pelos pescadores para a captura da tainha.
Desde que a pesca começou oficialmente, no dia 1º de maio, tanto o calor quanto a ausência do vento do quadrante sul estão prejudicando a aparição dos grandes lanços. A tainha que nasce na região sul do Brasil e que sobe até o litoral do sudeste em busca de águas mais quentes.
Para piorar, a escassez de combustível por conta da greve dos caminhoneiros fez com que os pescadores economizassem o óleo diesel usado nas embarcações. “Ninguém quis gastar o óleo sem saber direito se tinha peixe. O melhor era mesmo deixar os barcos atracados”, explicou Ivo Silva, presidente da Fepesc, a Federação Catarinense dos Pescadores.
A pesca da tainha – uma das maiores tradições do outono no litoral catarinense – está tão fraca que nem mesmo a Fepesc sabe estimar a quantidade capturada do pescado. “É insignificante”, resume Ivo.
Na manhã desta sexta-feira (01), o pescador artesanal Gentil Manoel Cabral, dos Ingleses, em Florianópolis, comemorava as 80 caixas que conseguiu encher do pescado. Com seus dois barcos – o São Rafael e o Solideus – ele já conseguiu pescar 3 mil quilos, quantidade muito abaixo em relação aos anos anteriores.
Em Santa Catarina, quem faz a regulação e o controle da pesca da tainha é a Superintendência Federal de Pesca e Aquicultura. Este órgão é responsável por medir a quantidade do pescado capturado e controlar as áreas de pesca para evitar excessos e garantir a desova.
Nesta sexta-feira, no entanto, os telefones da Superintendência não atenderam as chamadas reportagem do OCP para divulgar a quantidade pescada até o momento.
Espera-se que com a chegada do frio e entrada do vento sul, o órgão federal volte a realizar o seu trabalho.