No último domingo (13), o empresário jaraguaense Bruno Breithaupt assumiu pelo terceiro mandato a presidência da Federação de Comércio de Santa Catarina (Fecomércio), mantendo por mais quatro anos o compromisso da entidade em defender, auxiliar e orientar os empresários do comércio.
“Nós contamos hoje com 10 câmaras setoriais que se reúnem periodicamente para avaliar as necessidades e as dificuldades de cada setor, para que nós como federação possamos atendê-las”, explica.
Sobre a reeleição em si, Breithaupt a vê como uma prova do bom trabalho de sua gestão. “Isso de fato demonstra a satisfação da categoria com a atuação da diretoria durante este período que se encerra”, conta, destacando que cada mandato é um novo desafio – este novo capítulo sendo marcado por desafios recorrentes da crise e das reformas políticas.

Foto: Divulgação/Fecomercio SC
Segundo o presidente, hoje o comércio de bens, serviços e turismo representa 63,5% do Produto Interno Bruto (PIB) de Santa Catarina – essa participação se deve tanto à força do segmento quanto ao impacto da crise sobre os setores agrícola e industrial.
“Por termos uma economia bem diversificada, o estado se encontra relativamente bem no comércio, mas estamos longe dos níveis de crescimento que tínhamos em 2013 e 2014”, conta.
Na semana passada, a Confederação Nacional do Comércio (CNC) projetou crescimento de 5,4% no varejo brasileiro. Segundo Breithaupt, o ano tem sido uma gangorra. “Tivemos resultados muito bons para os três primeiros meses do ano, mas em abril tivemos uma queda significativa, e nas vendas de Dia das Mães somente Itajaí e Blumenau tiveram crescimento expressivo”, destaca.
Reforma trouxe novos desafios
Seu terceiro mandato, que começa oficialmente em 10 de agosto, já abre marcado por um desafio decorrente da reforma trabalhista – uma das reformas que, segundo o empresário, é essencial para o país retomar o crescimento, junto com a reforma previdenciária, tributária e política: o fim da contribuição sindical obrigatória, o que reduziu os recursos para os sindicatos.
“Estamos buscando formas para que os sindicatos possam prestar serviços para os empresários como forma de angariar recursos”, explica, ressaltando que com o aumento de força dos acordos coletivos, o papel dos sindicatos se tornou ainda maior – e que por isso, também é essencial que os empresários se façam mais presentes em sua relação com essas entidades.

Foto: Eduardo Montecino/OCP News
As reformas, segundo Breithaupt, são essenciais para retomar o crescimento do país, que teve um recuo de mais de 7% do seu PIB entre 2015 e 2016.“Essas reformas são importantes para evitar uma nova recessão e retomar o crescimento do país depois deste período de crise”, explica, reconhecendo que elas acarretam em outros desafios para o mercado nacional, que exigem novas respostas e novos meios de lidar com questões estruturantes.
Outra pauta importante para a federação é a relação com a máquina pública, se opondo de forma terminal a qualquer aumento na tributação.
“Não há justificativa, saindo de uma crise política e econômica, para qualquer forma de aumento na nossa carga tributária que já é elevada”, explica.
Logística é entrave
Breithaupt ressalta que o estado tem que resolver questões logísticas que estão atravancando o desenvolvimento e impedindo o aumento de produtividade – e não aumentar o peso da máquina sobre o mercado.
“Temos problemas de infraestrutura que estão segurando nossas exportações e obras que já são urgentes e que devem levar anos para serem feitas ainda”, diz, citando a duplicação da BR-280 como um exemplo.
“O custo Brasil ainda é muito alto, e vem acompanhado de problemas causados por obras que não foram feitas e pelo inchaço da máquina pública”, explica, destacando que o país tem uma carga tributária altamente elevada para um retorno muito pequeno.

Foto: Eduardo Montecino/OCP News
“Se o estado cuidasse apenas da Saúde, da Educação e da Segurança, ele já teria muito para fazer”, diz, adicionando que mesmo com o tamanho exagerado, o Estado brasileiro não tem condições de fazer tudo que tenta.
Essas duas pautas vem acompanhadas de uma pauta básica, de proporcionar dados, serviços e orientações para resolver os problemas dos setores de comércio de bens, serviços e turismo de Santa Catarina.
“Nós como federação temos que usar tudo o que temos acesso para ajudar o setor a resolver suas dificuldades, e para isso a atuação dos núcleos setoriais é essencial”, comenta.