O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou ao centro cirúrgico neste sábado (27) para a realização de um procedimento voltado ao tratamento das crises de soluço que enfrenta há meses. A informação foi divulgada pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que pediu orações pela recuperação do marido.
“Meu amor acabou de ir para o centro cirúrgico para realizar o bloqueio do nervo frênico. Peço que intercedam em oração por mais esse procedimento, para que seja exitoso e traga alívio definitivo. Já são nove meses de luta e de angústia com soluços diários”, escreveu Michelle em suas redes sociais.
O procedimento ocorre dois dias após Bolsonaro passar por uma cirurgia para correção de uma hérnia inguinal bilateral, realizada na quinta-feira (25), no hospital DF Star, em Brasília. A intervenção durou cerca de três horas e meia e, segundo a equipe médica, ocorreu sem intercorrências.
Inicialmente, a possibilidade de realizar o bloqueio do nervo frênico já havia sido considerada, mas os médicos optaram por adiar a intervenção por se tratar de um procedimento mais invasivo. Na ocasião, a equipe tentou controlar o quadro com ajustes de medicação e mudanças na alimentação. No entanto, diante da persistência dos sintomas, a medida foi adotada neste sábado.
A previsão inicial era de que Bolsonaro permanecesse internado entre cinco e sete dias para recuperação da cirurgia de hérnia. Com a realização do novo procedimento, o tempo de internação pode ser estendido, a depender da evolução clínica.
Segundo boletim médico divulgado na sexta-feira (26), o ex-presidente apresentava ajustes nas medicações para controle dos soluços e do refluxo gastroesofágico. A equipe também apontou “piora progressiva” do quadro de hérnia, possivelmente associada ao aumento da pressão intra-abdominal causado pelos episódios frequentes de soluço e tosse.
Internação foi autorizada por Alexandre de Moraes
A perícia médica realizada pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal concluiu que o bloqueio do nervo frênico era tecnicamente indicado e deveria ser realizado o quanto antes. O laudo também classificou a cirurgia de hérnia como eletiva — ou seja, sem caráter emergencial —, mas recomendou a realização célere para evitar agravamentos.
A internação e a cirurgia foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pelo acompanhamento judicial do caso. Na mesma decisão, Moraes negou pedido da defesa para que Bolsonaro cumprisse prisão domiciliar, citando ausência de requisitos legais e mencionando “reiterados descumprimentos das medidas cautelares” e “atos concretos visando a fuga”.
Bolsonaro está internado desde quarta-feira (24) no hospital DF Star, em Brasília. A equipe médica informou que segue monitorando o quadro clínico e que a alta hospitalar dependerá da resposta ao tratamento e da recuperação pós-operatória.