Acabei de ler uma frase e fervilhei de raiva. – “Ah, Prates, tu fervilhas de raiva porque tu és pobre”! Não, não foi por isso, não foi. Antes de dizer da frase, vou-lhe fazer uma pergunta: imagine uma pessoa maltrapilha querendo falar com qualquer um dos “gerentes” dos poderes no Brasil: caras do Legislativo, do Judiciário e do Executivo. Você acha que esse maltrapilho seria recebido, ouvido? Agora imagine um ricaço, um milionário querendo de igual modo falar com um desses “gerentes” de quem falei. Você acha que o ricaço seria recebido, ouvido? Ora, claro que sim, na hora, sem esperar, na hora. A frase que me deixou fervilhante é um legado do padre português Antônio Vieira (1608/1697). Vieira foi simples e direto, escreveu que: – “Neste mundo conturbado, quem tem muito dinheiro, por mais inepto que seja, tem talento e préstimo para tudo; quem não tem dinheiro, por mais talento que tenha, não presta para nada”. Dou uma laranja para quem rejeitar, negar essa afirmação. Ora, bolas, quem não sabe disso? E veja bem, o Padre Vieira disse que “neste mundo de hoje” e ele vivia lá pelos anos de 1600 e pouco… Quer dizer, o mundo, as pessoas coletivamente, nunca foram diferentes do mundinho de hoje. As pessoas sempre foram iguais, claro, lembradas as exceções. E olhe, temos que abrir os olhos para não entrarmos nessa fila, a fila dos dinheiristas, dos capitalistas, dos dizimistas das safadezas, da hipocrisia. Eu gostaria que alguém fizesse uma pesquisa, uma pesquisa bem dissimulada sobre amizades: – “Ei, fulano, tu gostarias de ter um amigo safado, mas muito rico ou um amigo leal, mas maltrapilho, pobretão”? Cortaria os dedinhos da mão direita (sou canhoto…) se os hipócritas não ganhassem a corrida… Por que tantas infelicidades e depressões no mundo? Porque, por maioria, corremos atrás do vento, do vento das nulidades, dos equívocos. O rapaz bem-educado, gentil, trabalhador, respeitoso da namorada, tudo de bom, se vacilar um pouquinho não vai achar namorada, ah, não vai, afinal, é pobretão. E o rico safado, ordinário e sem-vergonha? Ah, esse tem e terá sempre uma fila atrás dele. Nossas escolhas na vida fazem o nosso destino. E destino, como vivo dizendo, não existe por vontades divinas senão por nossas decisões e ações. Semeamos e colhemos, o resto é autoenganação.
PROTESTO
Neste último fim de semana houve uma manifestação de rua em São Paulo, mulheres erguendo a voz contra os feminicídios e a generalizada violência contra elas. Toda força, mulheres, mas… Não esqueçam que os vagabundos, prepotentes da força física, só avançam em seus crimes com a silenciosa concordância “inicial” delas. No primeiro pigarro mais forte do vagabundo caiam fora e avisem dois ou três “amigos”. Os “machões” se pelam de medo quando enfrentados. Caiam fora, o resto é “passeata”…
BULLYING
O prevalecimento da força física e o saldo financeiro dos pais são os alicerces das impunidas prepotências de jovens sobre outros jovens nos pátios dos colégios. Os pais desses prepotentes são os “genitores” desses bullyings, pais ordinários, safados que não educam severamente suas crias. Conseqüência? Os frutos não caem longe do pé… Todos os colégios têm que ter disciplina militar. Afastou-se dessa disciplina, rua!
FALTA DIZER
Se a pessoa não estiver acamada, gravemente enferma, nada justifica não se exercitar todos os dias. Confúcio, o filósofo, dizia que “a liberdade começa nos pés”. Os pés são sinônimos de liberdade e movimento. Mexer-se todos os dias é vida mais longa e saudável. O resto é na “academia” da UTI.