O representante da União Brasileira dos Caminhoneiros, Chicão Caminhoneiro, esteve na Presidência da República nesta terça-feira (2) para protocolar uma ação referente à paralisação geral da categoria, prevista para ocorrer na quinta-feira (4). O desembargador aposentado Sebastião Coelho acompanhou a entrega do documento.
De acordo com Chicão, o projeto que embasa a mobilização foi construído “a várias mãos” e representa a união dos caminhoneiros em torno da pauta. Ele ressaltou que o movimento não possui caráter político e afirmou que a paralisação deve ocorrer com respeito às leis.
Francisco Dalmora Burgardt, o Chicão Caminhoneiro, é catarinense de Canoinhas, tem 55 anos e foi candidato a deputado federal pelo PTB em 2022 e em 2024 foi candidato a vice-prefeito de Canoinhas pelo DC (Democracia Cristã).
O líder também orientou os profissionais a garantir o direito de ir e vir da população, além de seguir rigorosamente as normas de trânsito durante a ação.
“Estaremos protocolando o movimento para trazermos a legalidade jurídica dessa ação que vamos iniciar a partir do dia 4 de dezembro. Doutor Sebastião Coelho estará conosco, nos acompanhará. Teremos todo o suporte jurídico necessário para o ato e dentro da legalidade que a lei estabelece”, anunciou Chicão.
“Agradeço a confiança do movimento, tem o meu apoio. Estarei lá com vocês para dar assistência jurídica e o que for necessário, não só agora, mas em todo o desenrolar do processo, e eu creio que será um processo vitorioso para toda a categoria, diante da pauta que vocês irão apresentar”, declarou o desembargador.
Aliado de Jair Bolsonaro (PL), Sebastião Coelho havia convocado, na última semana, apoiadores do ex-presidente para uma paralisação em prol da anistia do político, que está preso na sede da Polícia Federal (PF).
Em sua página do Instagram, o ex-magistrado instrui seguidores em relação à forma como a paralisação deve ser feita e diz que esse é “o caminho que restou”.
“Nós já fizemos tudo o que estava ao nosso alcance até aqui, sem qualquer resultado. E qual é o objetivo? A anistia. Anistia ampla, geral e irrestrita para todos do 8 de Janeiro e para o presidente Bolsonaro, que representa todos. Qual é o destinatário dessa paralisação? O Congresso Nacional, que está de costas para o povo brasileiro”, declarou.
Segundo Coelho, todos os serviços devem aderir à greve, exceto bombeiros, hospitais e ambulâncias: “Os demais, tudo pode parar. Você vai me perguntar: ‘Será uma paralisação total, nacional?’. De início, dificilmente. A paralisação deve ser por setores. Quem é líder de um setor chama a paralisação no seu setor. A partir disso, outros vêm para agregar, para somar”.
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Os caminhoneiros de todo o país pararam em 2018, durante 10 dias. À época, o protesto foi promovido contra os reajustes frequentes nos preços dos combustíveis, especialmente do óleo diesel. A greve causou grandes impactos no país, incluindo desabastecimento de combustíveis e alimentos.
A greve só teve fim após Michel Temer (MDB), presidente à época, topar acolher algumas das exigências da classe.